ESTRUTURA
Extensão do calçadão na Barra gera dúvidas
Proposta da Secretaria de Ordem Pública quer facilitar a venda dos ambulantes e o transitar dos foliões
Por Madson Souza
Quem passou pela região do Farol da Barra nos últimos dias deve ter visto que algo está sendo construído colado ao calçadão. A estrutura é obra da Secretaria Municipal de Ordem Pública (Semop) que está montando um espaço dedicado exclusivamente aos ambulantes que vão atuar na Barra (Circuito Dodô) no Carnaval de Salvador. A expectativa da prefeitura é de que a obra gere mais espaço para o folião e maior segurança para esses comerciantes. Já do lado dos ambulantes, a novidade gera dúvidas e incômodo por não ter sido mais discutida com os eles.
Construído na areia, a estrutura vai funcionar como uma extensão do calçadão da praia, entre o Farol e o Barravento, em que os trabalhadores informais poderão colocar o isopor. Com uma média de 500 metros de plataforma, a expectativa é de que algo entre 350 e 400 ambulantes poderão trabalhar no trecho, conforme o diretor geral de serviços públicos da Semop, Alysson Carvalho. A extensão do calçadão ficará no mesmo nível da rua e reservada aos trabalhadores.
Para Alysson Carvalho a medida trará vantagens tanto aos comerciantes quanto ao público. “Acho que o grande benefício é garantir ao trabalhador informal uma segurança maior, uma capacidade de armazenamento dos seus produtos e que eles estejam melhor adequados dentro do circuito do carnaval. A segunda parte é que a gente abre esse espaço também para que o folião consiga transitar melhor e (...) consegue também acessar o ambulante de uma melhor forma”.
A grande preocupação dos ambulantes Edinei Santos e Alexandre Reis é com relação à segurança da edificação, que eles temem que caia. O diretor de serviços públicos da Semop garante a segurança da construção. “A estrutura não é montada diretamente na areia, ela é montada em cima de uma de uma base sólida, da mesma forma que as estruturas dos camarotes que ocupam trechos de orla são montadas”. Ele ressaltou também que a obra está de acordo com as normas técnicas.
Para Derivalda Santos - mais conhecida como Negra Deri -, ambulante e conselheira fiscal da Associação dos Ambulantes Correria do Estado da Bahia (AACEBA), a medida foi uma surpresa, porque não era uma pauta reivindicada pela associação. “ O que houve foi uma reunião para nos apresentar o plano e um dia depois começaram a construção. Foi algo imposto”. Mesmo com as críticas, Deri decidiu dar uma chance para a novidade. “ Se não funcionar, a gente desce”.
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