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Iemanjá negra reforça representatividade de celebração histórica

A escultura, que nesta quinta-feira, 2, é rodada por presentes e homenagens

Publicado quinta-feira, 02 de fevereiro de 2023 às 08:23 h | Atualizado em 02/02/2023, 08:37 | Autor: Rafaela Souza e Thiago Conceição
Sandra Bispo é a Yakekerê da Casa de Oxumarê
Sandra Bispo é a Yakekerê da Casa de Oxumarê -

Yéyé Omó Ejá, que na tradução significa "mãe cujos filhos são peixes". Considerada a mãe de quase todos os orixás, Iemanjá tem uma escultura histórica, negra. Ela foi moldada dentro de um dos territoriais mais sagrados do candomblé, o terreiro Ilê Obá L’okê, em Lauro de Freitas, na Região Metropolitana de Salvador.

A escultura, que nesta quinta-feira, 2, é rodada por presentes e homenagens, chegou ao altar da Colônia de Pescadores Z-01, no Rio Vermelho, no último dia 27.

É o símbolo dos 100 anos da tradição de entrega de presentes para a divindade responsável pelo maior festejo popular do país ligado com as religiões de matriz  africana. Metade pexei, metade mulher, ela o símbolo da retomada da valorização da fé, da herança africana, que marca a cidade de Salvador. 

A nova escultura tem 1,40 metros de comprimento e foi confeccionada com elementos metálicos, combinados com resina de vidro e de mármore. Assinada pelo artista Rodrigo Siqueira, ela também tem na sua composição conchas e búzios naturais, que foram importados da Indonésia.

A Yakekerê da Casa de Oxumarê, Sandra Bispo, disse ao Portal A TARDE que a Iemanjá negra representa o resgate de toda a tradição religiosa e negra da cidade.

"Algumas pessoas confundiam a Festa de Iemanjá com algo relacionado com bebida, folia. E hoje a gente tem notado o resgate da tradição e força religiosa. A Iemanjá representa a mulher negra, com seios de manequim ou 'fartos', ela representa a mulher e a sua força", disse Sandra Bispo.

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