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27/01/2024 às 6:30 • Atualizada em 27/01/2024 às 10:40 - há XX semanas | Autor: Franciano Gomes*

CIRCO DA ALEGRIA

"Palhaços do Rio Vermelho" saem neste sábado com público fantasiado

Movimento cultural começou a surgir ainda na década de 80 e se tornou uma tradição em Salvador

Movimento, que promete reunir um grande público, sairá neste sábado, 27, com concentração às 17h
Movimento, que promete reunir um grande público, sairá neste sábado, 27, com concentração às 17h -

O surgimento do abadá no início da década de 90 fez as fantasias perderem um pouco do seu protagonismo no Carnaval de Salvador. A mudança, no entanto, não inibiu alguns amantes da prática de se fantasiar para cair na folia, caso de dois irmãos, moradores do bairro do Rio Vermelho.

De uma forma despretensiosa, eles acabaram formando um movimento cultural já consolidado na capital baiana: os “Palhaços do Rio Vermelho”. Neste ano, o desfile sem cordas, que promete reunir um grande público, sairá neste sábado, 27, com concentração às 17h, na Quadra Esportiva da Rua da Paciência, e cortejo às 19h.

Tudo começou em meados dos anos 80, quando a servidora pública Lúcia Menezes e o seu irmão, o artista plástico Ruy Santana, junto com alguns amigos, começaram a se pintar e se fantasiar apenas para se divertir, no fundo da casa de Lúcia. A ação provocou um movimento que já teve grandes personalidades representando seus reis e rainhas, como Carla Visi, Gerônimo, Lazzo, Sylvia Patrícia e Magary Lord, Márcia Castro e Armandinho Macedo, Márcia Short e André Simões, Rosa Vilas Boas, Jau, Margareth Menezes e Nikima.

Nesta edição as majestades serão a cantora Ju Moraes e o cartunista do Grupo A TARDE, Cau Gomez. Em entrevista ao Portal A TARDE, a co-fundadora dos Palhaços, Lúcia Menezes, contou que a brincadeira começou para ir de encontro ao surgimento dos "abadás monocromáticos", até então, a tendência da época.

"Na década de 80, nós pintávamos o rosto e íamos pra rua. Na época já estava surgindo a questão do abadá monocromático, então a gente ficou por uns quatro anos fazendo essa brincadeira. Juntava lá em casa meu irmão, com mais dois artistas, a gente pintava o rosto para a gente, só pela brincadeira, mas o movimento foi ficando muito grande em minha casa, então resolvemos parar".

Segundo Lúcia, foi só em 2010, após desfilar no bloco “Os Mascarados”, de Margareth Menezes, em uma ala só de palhaços, que ela e Ruy resolveram levar a brincadeira a sério.

"Nos encantamos: ‘vamos então fazer palhaços? Vamos, mas só no Rio Vermelho’. Então, passamos o ano de 2010, trabalhando, fazendo festa pra ganhar dinheiro, angariar recursos e assim, saímos em fevereiro de 2011, pela primeira vez aqui no Rio Vermelho. Uma coisa que eu achava que tinha 300 pessoas e quando a gente foi pedir autorização da prefeitura, percebeu que já participaram mais de mil. Então a gente começou a perceber que a brincadeira estava se tornando séria".

De acordo com a servidora, no começo, o maior público era de crianças fantasiadas, acompanhadas ou no colo de seus pais e avós, o que contribuiu ainda mais para aumentar o encanto de Lúcia pela iniciativa. Com o passar do tempo, outras pessoas foram se aproximando.

“Hoje é um misto de idosos, crianças, pessoas em condições especiais, cadeirantes que vem também, brincando e dançando".

Lona pública

Em uma reflexão sobre a arte dos palhaços, Lúcia destaca que, apesar das possíveis diferenças entre os palhaços do movimento e os do circo, o que os torna verdadeiramente diferentes é o ambiente em que atuam.

“A diferença é porque ele está numa lona a céu aberto e não dentro de um circo. Além disso, a gente traz profissionais do circo também, eu acho que tem muita identidade com o palhaço, com a irreverência do palhaço, então eu acho que ele transmite a mesma coisa”

Lúcia ainda ressalta que mesmo o personagem que faz todo mundo rir pode ter, por trás de toda irreverência, uma tristeza que é superada ao usar a maquiagem e colocar a fantasia.

“Na hora que vão se fantasiando, se maquiando, principalmente a maquiagem, que é a coisa mais forte, além do nariz do palhaço. O rosto do palhaço, eu acho que ele transmite a mesma coisa, agrada crianças e adultos”.

Fã da figura do palhaço, o empresário Cláudio Duran, de 54 anos, foi logo atraído pelo movimento. Ele, que participa há quase cinco anos, diz que a folia é familiar, sem violência, e traz a magia do carnaval de rua do passado.

"O palhaço é um ícone para mim do humor, da transmissão de alegria, da capacidade de reunir crianças, de reunir adultos, e sempre com a filosofia do humor, filosofia da alegria. Então isso foi algo que já me encantou muito. Ao participar desde a primeira vez, eu pude ser testemunha de um encontro de famílias, encontros de culturas, folclores de regiões diferentes".

Empresário Cláudio Duran diz que a folia é familiar e remete ao carnaval de antigamente
Empresário Cláudio Duran diz que a folia é familiar e remete ao carnaval de antigamente | Foto: Divulgação

Mas manter a lona pública está longe de ser fácil. Conforme Lúcia, que começou bancando a festa do próprio bolso, ainda há muitos desafios a serem superados. Atualmente, o movimento tem o apoio da Prefeitura e da Bahiagás, no entanto para a co-fundadora, o grupo ainda carece de muito incentivo.

"Apesar dessa visibilidade que o palhaço dá para a cidade como um todo, não só para o Rio Vermelho, é para a cidade, eu acho que a gente podia ser olhado com mais carinho. Agradeço todas as ajudas que têm sido dadas, como o Boteco do França, que apoia desde o início, mas há muitas entidades e estabelecimentos do Rio Vermelho que se beneficiam com o movimento causado pelos Palhaços e poderiam ajudar também”.

Realeza da alegria

A cantora Ju Moraes, que será a rainha desta edição, se disse honrada em receber a coroa da ministra da cultura Margareth Menezes. A cantora, conhecida por sua voz potente, prometeu levar toda a sua energia para as ruas do Rio Vermelho.

“Margareth Menezes além de uma grande artista é uma grande amiga, que sempre me inspira muito, me incentiva muito. E os Palhaços são parte da tradição do nosso carnaval e também do Rio Vermelho, um bairro que me trouxe tantas coisas incríveis. E vou tentar fazer juízo a esse momento tão especial na minha vida”.

Já o ilustrador do Grupo A TARDE, Cau Gomez, que será o rei, refletiu sobre a importância do riso e destacou o papel fundamental do Carnaval em proporcionar momentos de celebração e descontração. Segundo ele, o movimento é ideal para escapar um pouco da seriedade do cotidiano e celebrar a alegria, o bom humor e a irreverência.

"Eu acredito que o coração tem que estar sorridente, e o Rio Vermelho me proporciona isso, sempre me proporcionou, apesar de que a vida da gente é muito fechada com a tristeza, com a maldade, então é necessário que a gente tenha um momento para celebrar a alegria, para celebrar o bom humor, a irreverência, e soltar a fantasia, as fantasias, e brincar nas ruas do bairro, então isso é um grande acontecimento, é memorável para mim".

*Sob supervisão de Bianca Carneiro

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