PASSEIOS
Terminal de São Tomé tem opções para ilhas
Embarcações oferecem preços acessíveis a partir do Terminal de São Tomé, para ilhas paradisíacas da baía
Por Madson Souza
Quem olha as pequenas e simples embarcações do pier de São Tomé nem imagina os destinos paradisíacos que aquelas canoas conseguem alcançar em mais ou menos 20 minutos, pelo valor de R$10 por pessoa. Ilha dos Frades, de Bom Jesus, de Maré, de Madre de Deus são alguns dos pontos turísticos que estão sendo ainda mais buscados agora no verão. Para quem procura curtir as praias ou precisa trabalhar nas ilhas, os barcos são um meio de transporte como um ônibus.
É no verão que o trabalho do canoeiro Balbino Souza, mais conhecido como Bino, ganha força. Mais especificamente nos fins de semanas. “A gente não para no sábado e domingo. É chegar, pegar uma nova leva de passageiros e voltar para o mar”. Praia Grande, Praia das Neves e Praia do Oratório - todas na Ilha de Maré - são os principais destinos requisitados pelos passageiros de Bino. Basta chegar no píer e perguntar dos canoeiros para começar a conversa.
Valores de passagens
Normalmente o preço ofertado por Bino é de R$10 pra ir e R$10 pra voltar, mas isso depende do destino. A média dos locais mais próximos é essa já ambientes mais distantes, como a Ilha dos Frades, o valor tende a ficar um pouco mais alto, porém o canoeiro ressalta que tudo é negociado. É comum esperar alcançar a lotação da embarcação que pode variar entre 10 e 50 pessoas dependendo do tamanho do barco. Outra possibilidade é que o passageiro pague a lotação do veículo.
Para Bino que desde pequeno faz a travessia com sua família é uma viagem tranquila. “Faço essa viagem desde pequeno, desde moleque e nunca enjoei. É uma viagem tranquila. Dá pra ir de manhã e voltar de tarde, ou ir de manhã e voltar de manhã. O mar anda bem tranquilo”. Quem compartilha da opinião são a costureira Damiana Ferreira, sua irmã, a servidora pública Elza Ferreira e a comerciária Elza Ferreira. As três tiraram um dia de sol no meio da semana para viajar para a Praia das Neves.
“Lá tem a mesma coisa que aqui só que lá é mais tranquilo. Sem tanta violência. Você deixa seus pertences na areia, toma banho, volta e tá tudo lá ainda. É mais tranquilo pra gente tomar nossa cervejinha, comer uma besteirinha e curtir o dia”, conta Damiana. E mesmo Adelaide, a mais medrosa do trio, faz elogios sobre a tranquilidade do percurso. “Eu que sou a medrosa, estou tranquila. Só quando está chovendo, com o vento, o mar mais rebelde que não vou. O barqueiro é ótimo. Guia com muita segurança”. Por R$20 para ir e para voltar, elas contam que a viagem durou 20 minutos.
Mas não é todo mundo que acha a viagem tranquila. O militar Márcio de Oliveira disse que a vinda da Ilha dos Frades para Salvador foi sossegada, já a ida nem tanto. “É a segunda vez que faço essa viagem, mas faz muitos anos que não vinha aqui. Achei os barcos muito precários, as embarcações não são tão legais. Não me senti seguro na ida até porque balançou um pouco”.
Tem também gente que tornou a viagem rotina por motivos de trabalho. Esse é o caso do autônomo Evaldo dos Santos, que mora em Salvador há quase 30 anos, mas nasceu na Praia de Santana, em Ilha de Maré. Ele explica que quem faz a travessia pode ficar com um pouco de medo, mas depois de um tempo passa. “Pra quem nunca fez é assustador. É algo estranho, mas pra mim é tranquilo. já viajo há mais de 40 anos, porque eu vinha com meu pai. Então para mim é tranquilo, é normal. Eu não sinto nada. Às vezes venho pra Salvador, compro material e retorno para a ilha no mesmo dia”. Para Evaldo os barcos já se tornaram tão comuns quanto os ônibus.
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