VESTIBULAR
Dúvidas freqüentes sobre a Língua Portuguesa
Por Maria de Lourdes Siqueira, do A TARDE
“Copos azul-turquesa ou copos azuis-turquesa?”
Sandro Santos, por e-mail
Em se tratando do plural de azul-turqueza, são aceitos: azul-turquesa (para o adjetivo); azuis-turquesas e azuis-turqueza (plurais do substantivo comum). Invariáveis ficam os adjetivos, quando formados de cor + de + substantivo: copos cor de azul-turquesa.
Por concisão, diz-se também: copos azul-turquesa; calças oliva; ternos cinza, sapatos gelo etc.
Usando os adjetivos claro e escuro, somente estes tomam a forma do plural: copos azul-claros, folhas verde-claras, cabelos castanho-escuros.
“Como é feita a concordância com anexo, incluso, junto, bastante, nenhum, leso, meio, mesmo, próprio, só?”
Rafaela Oliveira, por e-mail
Anexo, incluso, junto, bastante, nenhum, leso, meio, mesmo, próprio e só concordam com o substantivo a que se referem: meio-dia e meia (hora), meias-voltas, bastantes pessoas, faturas inclusas, cópias anexas, homens nenhuns, nenhumas causas, lesa-pátria, leso-patriotismo, ela mesma, elas mesmas, nós próprios. Eles estão sós.
“Um e outro candidato, ou um e outro candidatos?”
Leopoldina Argolo, por e-mail
As expressões um e outro e nem um nem outro devem ser seguidas de um substantivo no singular: um e outro candidato; uma e outra porta; nem um nem outro aluno.
“Serviço malfeito ou serviço mal-feito?”
José Carlos Cunha Vasconcelos Júnior, por e-mail
Como prefixo ou elemento de composição, mal, antônimo de bem, exige hífen antes de vogal ou h: mal-agradecido, mal-educado, mal-entendido, mal-humorado.
Razão do hífen: evitar pronúncia incorreta (mal-educado, e não: "maleducado"). Nos outros casos, sem hífen: “serviço
malfeito”; homem malcriado, malcheiroso; bife malpassado.
Antes de particípio, grafa-se mal separadamente, sem hífen: O menino tinha sido mal (advérbio) educado pela avó. O serviço foi mal (adv.) feito.
Perceba a diferença: dinheiro mal-empregado (adjetivo).
Mal-empregado (adjetivo) significa “empregado ou aplicado em vão ou indevidamente, imerecido, indevido, lamentável”: Não lhe parece mal-empregado o dinheiro que gasta em bebidas alcoólicas?
“Pego e pegado?”
Madalena Ramos, por e-mail
Usa-se pegado com os verbos ter e haver: Homens da vizinhança tinham (ou haviam) pegado o animal.
Pego é a forma contraída de pegado, usa-se, de regra, com os verbos ser e estar: O homem foi pego pelos moradores da vizinhança.
“Quando se usa preposição antes dos relativos que, o qual, a qual, os quais, as quais, cujo, cuja, cujos, cujas?”
Flávio Matheus M. Santos, por e-mail Os pronomes relativos vêm precedidos de preposição quando esta é exigida pelo
verbo da oração iniciada por esses pronomes: Escolheu as frutas de que mais gosta./ Os questionamentos aos quais respondeu versavam sobre religião.
“Gastado e gasto?”
José Fábio S. Mendes, por e-mail
Os auxiliares ter e haver (voz ativa) acompanham o particípio gastado: Ele tinha (ou havia) gastado muito dinheiro em apostas.
Usa-se gasto com o auxiliar ser (voz passiva): Foram gastas altas quantias na compra de equipamentos. Todavia, modernamente, também se usa gasto na voz ativa, em lugar de gastado.
“Os terços foram benzidos pelo padre, ou os terços foram bentos pelo padre?”
Maria da Glória Fontes, por email
Use o particípio bento na voz passiva: Os terços foram bentos pelo padre. Com os auxiliares ser e estar e com os verbos de ligação ficar, continuar, parecer, permanecer (ser, estar), usa-se bento.
Com os verbos ter e haver, use benzido: O padre tinha benzido o recinto.
Bento também é adjetivo: pão bento; água benta.
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