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Oficina incentiva leitura em escola de fundada por Santa Dulce

Oficina de Griô abordar cultura indígena e oralidade na instituição

Publicado segunda-feira, 22 de abril de 2024 às 17:17 h | Autor: Da Redação
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Guardiões da história oral e conhecimentos ancestrais de um povo: esta é uma das definições para os Griôs, tradicionais contadores de história oriundos do continente africano. No Centro Educacional Santo Antônio, núcleo das Obras Sociais Irmã Dulce (OSID) em Simões Filho, o título também dá nome a uma oficina destinada a crianças que estudam na instituição escolar.

Na Oficina de Griô, alunos do ensino fundamental aprendem sobre a importância da leitura e da preservação da memória por meio de aulas que integram diferentes linguagens artísticas, como a literatura, o teatro e as artes visuais. A iniciativa é um dos destaques na semana em que se comemora o Dia Mundial do Livro (23 de abril).

Durante todo o ano letivo, as crianças se debruçam sobre livros de escritores indígenas e que retratam a cultura dos povos originários. Em 2024, a memória do povo Pataxó - composto por diversas aldeias concentradas no sul da Bahia e no norte de Minas Gerais - é o tema norteador das aulas de contação de histórias, por meio da obra "Txopai e Irôhã", escrita por Kanátyo Pataxó.

A narrativa conta o mito de origem do primeiro Pataxó que, com a sabedoria de quem nasceu primeiro, ensina aos seus irmãos como caçar, plantar e usufruir da terra respeitando os recursos naturais.

Parte da grade de aulas que envolvem metodologias artísticas, a oficina que trabalha a contação de histórias tem como objetivo possibilitar aos estudantes que estão se alfabetizando a formação do pensamento crítico.

Os trabalhos construídos ao longo do período são apresentados a toda a escola em espetáculos protagonizados pelos próprios estudantes no fim do ano letivo.

Literatura na escola

Além da Oficina de Griô, o Centro Educacional Santo Antônio desenvolve diversas atividades de incentivo à leitura. De acordo com a coordenadora pedagógica, Rita Fróis, o estímulo começa na própria ambientação em sala de aula, com os ‘cantinhos de leitura’, que reúnem títulos literários de acordo com a série escolar e a faixa etária da turma.

Projeto de contação de histórias realizado no CESA, A Hora do Conto reserva aos estudantes, semanalmente, um momento na biblioteca para ouvir diferentes narrativas contadas pelos educadores. “É um processo de estímulo para que essas crianças gostem de estar naquele ambiente e se envolvam com a história. A partir disso, levamos diferentes enredos, que vão desde os contos clássicos às histórias que se aproximam da realidade desses estudantes”, comenta.

Outro projeto é a Sacola Literária, que propõe a integração com os familiares. Recheada de livros, a sacola circula pela sala de aula e os alunos escolhem obras que levarão para casa semanalmente. “Eles escolhem um livro para ler com a família, então, se a família não sabe ler, ou se o próprio estudante ainda não sabe ler, eles vão interpretar as imagens, e no retorno à sala de aula ele representa aquilo de alguma forma, pode ser um desenho ou a representação através de um objeto que ele tenha em casa, e por fim, socializa com a turma”, explica Rita Fróis.

CESA

Fundado por Santa Dulce dos Pobres, o Centro Educacional Santo Antônio acolhe hoje mais de 900 crianças e jovens em situação de vulnerabilidade social, oferecendo ensino do primeiro ao nono ano, além de acesso à arte educação, atividades esportivas, assistência odontológica e psicossocial, alimentação, fardamento e material pedagógico gratuitos.

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