Bruno Reis está muito perto da reeleição em 1º turno
Atual prefeito só sai do cargo se o grupo político dele perder apoiadores; O que não está acontecendo
A nova pesquisa Atlas/A TARDE confirma o que até as gordinhas de Ondina já sabem: Bruno Reis é franco favorito à reeleição. O prefeito tem 51,4% das intenções de voto e Geraldo Júnior, segundo colocado, tem 18,4%. A distância entre os dois é de 33 pontos percentuais, 11 vezes a margens de erro (de 3 pontos percentuais).
À primeira vista, o crescimento de Geraldo Júnior impressiona. O pré-candidato do MDB tinha 12% das intenções de voto na última pesquisa Atlas/A TARDE, feita ao fim de dezembro, e agora tem 18,4%. O problema é que as primeiras aparências enganam.
Geraldo Júnior é vice-governador e representa um dos dois grandes grupos políticos da Bahia. Já era esperado que ele crescesse e se destacasse dos demais candidatos. A própria pesquisa mostra que o crescimento de Geraldo veio dos eleitores que votaram nele e em Jerônimo na eleição de 2022. Ou seja, o vice-governador cresce porque é cada vez mais reconhecido como o candidato do grupo político que governa a Bahia.
Não é suficiente. Na última eleição para governador, ACM Neto venceu com folga entre os eleitores da capital. Quem quiser derrotar Bruno Reis precisa de todos os votos da chapa Jerônimo/Geraldo em 2022 e boa parte dos votos que ACM Neto recebeu. Em outras palavras, o atual prefeito só sai do cargo se o grupo político dele e de ACM Neto perder apoiadores. E a nova Atlas/A TARDE indica que o oposto está ocorrendo.
Segundo a pesquisa, Bruno Reis é aprovado por 58% dos soteropolitanos, número muito maior que a aprovação de Lula (50%) e Jerônimo (34%). A reprovação do prefeito (25%) também é menor que a do presidente (37%) e a do governador (53%). Desde dezembro, alguns desses números variaram mais que a margem de erro: a reprovação de Bruno Reis caiu, reprovação de Jerônimo subiu e a aprovação de Lula caiu.
Em outras palavras, o grupo político de Bruno Reis e ACM Neto continua sendo o maior de Salvador e cresceu nos últimos meses. Só um gigantesco fato novo é capaz de impedir a reeleição do prefeito de Salvador.
*Pedro Menezes é economista e analista político
Este artigo é de responsabilidade do autor e não reflete necessariamente a linha editorial e ideológica do Grupo A TARDE