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Filme sobre a Revolta dos Búzios tem sido aplaudido, avalia diretor
Documentário está na segunda semana e está em exibição em oito capitais, incluindo Salvador
Por Matheus Calmon
Diretor do documentário '1798 - Revolta dos Búzios', o primeiro sobre o movimento emancipacionista que aconteceu no final do século XVIII em Salvador, Antônio Olavo afirmou que o filme tem sido aplaudido após as exibições em cinemas em Salvador e pelo país.
O documentário está na segunda semana e está em exibição em oito capitais. Somente em Salvador, quatro salas exibem a trama.
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"Foi uma vitória enorme, porque há muito tempo o cinema baiano não tem um filme nessa condição, com essa projeção. Um diferencial que tem nos sensibilizado muito é que em muitas cidades, não somente em Salvador, o filme tem sido aplaudido no final das sessões", conta Olavo.
Ele avalia que o filme tem condições de seguir em exibição durante sua terceira semana, pois trata-se de uma história pouco abordada que o país precisa conhecer.
"É um tema que o Brasil precisa conhecer, precisa ser nacionalizado. Então, as bandeiras, a luta desses homens negros no final do século XIX na defesa da independência, na defesa de uma República Democrática, do fim da escravidão, são bandeiras que interessam ao Brasil", conta o diretor.
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Ele cita ainda que movimentos com extensão e amplitude menores têm uma projeção 'infinitamente' maior.
"Nós temos recebido mensagens muito positivas de pessoas, profissionais da área do ensino de história, sobre a importância desse filme em contribuir para rasgar esse véu que cobre essa encantadora história do povo negro na Bahia".
Comparando a capital baiana no momento atual e no século XVIII, ele cita que, apesar de a escravidão não ser mais -ao menos legalmente- aceita, o povo negro ainda encontra condições adversas, dificuldades, mora nas condições mais precárias e ocupa os trabalhos mais precários.
Antônio cita o próprio exemplo e lembra que só tomou a consciência de ser negro tardiamente, aos 28 anos.
"Na minha infância, e toda a minha geração, os professores de história contavam a história do povo negro associada exclusivamente com a escravidão. Então, o povo negro foi escravizado, humilhado, sofreu, apanhou... Essa história não era algo que me dignificava, não era uma história positivadora, era uma história de vergonha".
O diretor faz um alerta: para seguir em exibição na semana seguinte, o filme precisa ser assistido na semana anterior.
"No Brasil nós temos 3.500 salas de cinema. O nosso filme tem 16 salas. Ou seja, é a luta contra um gigante. Agora, se a gente faz essa corrente do bem, da boa causa, se a gente abraça esse filme, ele amplia a vitória que ele já tem", apela.
"No filme, eu conto a história encantadora, bela, bonita, emocionante, que nos dá orgulho desse povo baiano, desse povo negro baiano brasileiro".
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