iBEM 25: Bahia é destaque no cenário de energia e minerais críticos

Entre os dias 25 e 27 de março de 2025, a Bahia é sede da primeira edição do International Brazil Energy Meeting (iBEM 25), um evento que promete movimentar o setor de energia no Brasil. Realizado no Centro de Convenções de Salvador, o encontro é gratuito e reúne expositores de diversas partes do país e representantes internacionais, com o objetivo de discutir a crescente importância da matriz energética diversificada do Brasil, que mescla energias fósseis e renováveis, com destaque para as potencialidades da Bahia.

Entre as discussões mais aguardadas está a relevância da Bahia como polo produtivo de minerais críticos essenciais para o avanço da tecnologia e da sustentabilidade energética. Em entrevista ao evento, a professora Olivia Oliveira, coordenadora de Pesquisa da Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação da Universidade Federal da Bahia (UFBA), ressaltou o papel da Bahia como protagonista na produção desses minerais.

"A Bahia é a terceira maior produtora de minerais do Brasil, e, quando falamos em minerais críticos, ela possui a maior diversidade e a maior gama de produtividade desses minerais. Esses minerais críticos incluem chumbo, zinco e lítio. Por que críticos? Porque são de extrema importância para a construção de equipamentos, aqueles que fazem a tecnologia do futuro e que também estão relacionados ao carbono livre", afirmou Olivia Oliveira.

Ela ainda destaca a importância da UFBA no processo de pesquisa e desenvolvimento desses recursos. "Aqui, representando a UFBA, destaco que temos a expertise, através de nossos pesquisadores e alunos, que formam uma massa crítica para ajudar na descoberta desses minerais. Os minerais não estão simplesmente disponíveis com a plaquinha 'estou por aqui'. Eles requerem muito estudo".

A parceria com o governo do estado também é destacada pela professora, com recursos sendo direcionados para a pesquisa e a formação de profissionais especializados. "Aliado a isso, temos o governo do estado, que faz grandes investimentos para ajudar nessa descoberta, oferecendo recursos para que possamos identificar mais minerais. A UFBA auxilia com a formação de recursos humanos, para que possamos caracterizar esses minerais e, claro, elevar ainda mais o nosso estado ao patamar que merece", completou.

Outro ponto crucial abordado no evento foi a questão da extração sustentável de minérios, como o lítio, e o papel da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação da Bahia (Secti). O secretário André Joazeiro detalhou os esforços do governo baiano em garantir que a mineração no estado seja realizada de forma sustentável e com a utilização de tecnologias avançadas para a extração e separação dos minérios.

"Uma vez que o mineral é descoberto e a jazida é identificada, a Secti trabalha nas rotas tecnológicas para garantir a extração sustentável desse minério. Porque, se não tivermos tecnologia para extrair e separar o minério de forma que ele seja competitivo no mercado, ele acaba permanecendo debaixo da terra. O que permite retirar o minério e competir no mercado é a tecnologia de extração e separação." explicou Joazeiro.

Ele ainda falou sobre o desenvolvimento de um parque tecnológico em Camaçari, focado na transmissão energética, e como a CBPM (Companhia Baiana de Pesquisa Mineral) está ajudando a impulsionar a industrialização da Bahia. "Estamos levando a CBPM para lá, além de outras empresas como a Siemex, que fabrica placas solares a partir da nossa sílica. A sílica é usada na transmissão energética, e essa empresa vai produzir as células fotovoltaicas, industrializando a Bahia, gerando empresas, fabricando o vidro, toda a cadeia. A placa solar será 100% baiana. Esse é o processo de industrialização a partir da pesquisa e da mineração." disse o secretário.

Além disso, Joazeiro ressaltou o fortalecimento da rede de pesquisa em parceria com as universidades baianas, como a UFBA, e a inclusão de hackathons e cursos especializados nas escolas para integrar o setor produtivo com a academia e a educação científica. "Com as universidades, temos feito uma aproximação entre o setor produtivo e a academia. As redes de pesquisa envolvem no mínimo quatro universidades." concluiu.

O iBEM 25 é, portanto, uma grande oportunidade para consolidar o papel da Bahia no desenvolvimento de energias renováveis e minerais críticos, e para fomentar a inovação e a sustentabilidade no setor energético, com um olhar voltado para o futuro e para as novas gerações.