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POLÍTICA

Bolsonaro é condenado por tudo que sempre exaltou

Artigo de Cássio Moreira analisa como a condenação do ex-presidente é coerente com sua história de exaltações golpistas

Cássio Moreira

Por Cássio Moreira

12/09/2025 - 6:01 h
Bolsonaro foi condenado por maioria no STF
Bolsonaro foi condenado por maioria no STF -

Condenado pela Primeira Turma do Supremo Tribunal (STF) por tentativa de golpe de Estado, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) agora paga por tudo que sempre exaltou: golpismo, ditaduras, e medidas extremas contra adversários e inimigos políticos.

Bolsonaro ‘nasceu’ após o fatídico episódio da bomba no quartel, nos anos 1980. Anos depois, chegou à Câmara dos Deputados, onde permaneceu por décadas, e volta e meia aparecia na imprensa falando algo que causava espanto. Fuzilamento do então presidente Fernando Henrique Cardoso, um voto dedicado ao torturador Carlos Alberto Brilhante Ustra no impeachment de Dilma Rousseff, a ‘negativa de estupro’ contra uma parlamentar por discordar de suas ideias, uma placa tirando sarro dos mortos do Araguaia. Essas são apenas algumas das polêmicas colecionadas.

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Bolsonaro se forjou politicamente às custas da nostalgia golpista de uma parcela que amava.

Bolsonaro se forjou politicamente às custas da nostalgia golpista de uma parcela que amava, e ainda ama o golpismo e a ditadura militar. Aproveitou o vácuo do antipetismo, outrora alimentado pelos tucanos do agora tímido PSDB, e foi se gabaritando como o líder de uma direita menos contida que de costume e disposta a romper com qualquer resquício de democracia e civilidade. Em 2018, Bolsonaro juntou um misto de olavismo, chavismo (os piores anos do chavismo), devaneios ditatoriais e cansaço da política tradicional.

Estava pronto o Bolsonaro que ele sempre sonhou ser. Eleito, não cedeu às obrigações da cadeira e preferiu subir o tom, já que agora tinha o poder em suas mãos. Não se tornou um ditador, seria injusto com ele e com a história lhe colocar esse rótulo, mas flertou com louvor com tudo que sempre defendeu com unhas e dentes.

11 de setembro

Não se pode chamar Bolsonaro de traidor. Ele se esforçou para cumprir tudo que sempre prometeu fazer, caso fosse presidente. A democracia resistiu, embora fragilizada em alguns momentos. Derrotado, dobrou a aposta e tramou nos bastidores uma virada de mesa.

A democracia resistiu, embora fragilizada em alguns momentos.

A história foi cruel com Bolsonaro e lhe reservou um 11 de setembro. Nesta mesma data, em 1973, um golpe de Estado liderado por sua maior referência, Augusto Pinochet, derrubou Salvador Allende no Chile.

Para Bolsonaro, resta dizer que foi fiel a tudo que sempre pregou, ainda que isso tenha lhe custado o bem mais precioso: a liberdade.

*Cássio Moreira é jornalista e repórter de política especial do Grupo A TARDE

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Tags:

Bolsonaro condenação STF ditadura opinião tentativa de golpe

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