ATARDE AGRO
Super ecoburocracia, mais renda e protecionismo: a ira agro europeia!
Aprendemos a fazer a nossa agricultura sobre uma situação difícil e fazendo um Brasil dar certo
Estou na França com os meus alunos internacionais e vendo aqui de perto toda a movimentação dos agricultores europeus e dos franceses. Movimentação cada vez mais intensa, no Salão de Agricultura, o local perfeito para a presença dos agricultores porque é um evento extraordinário onde o mundo inteiro vem.
Então os agricultores estão indo aos supermercados, verificando a origem dos produtos, de onde eles vêm, querendo obviamente aí um protecionismo. Os agricultores invadiram uma grande indústria de leite para protestar, ou seja, o movimento está exigindo duas coisas: uma, um exagero de normas e regras, e temos de concordar com isso, uma certa burocracia acentuada e exagerada que não faz sentido, porque a atividade da agricultura todos nós sabemos muito bem como é, de extrema dificuldade, extremo risco, a céu aberto. Então quando burocratas criam uma série de detalhes e normas e exigências, é óbvio que isso irrita profundamente os agricultores.
Por outro lado, é uma agricultura com muito subsídio. O dinheiro que os países desenvolvidos colocam no subsídio de suas agriculturas é de quase US$ 500 bilhões, US$ 480 bilhões, significa o movimento inteiro do agronegócio brasileiro. Dentro dessa incerteza e insegurança toda, de onde vêm os subsídios, como é que isso continua?
Sem dúvida alguma está havendo na Europa também uma luta por mais dinheiro e neste conflito e confronto, produtores e produtoras estão irados nas ruas em Paris querendo que o governo tome medidas positivas fundamentalmente de preservação da renda dos agricultores e nós, no Brasil, somos muito competitivos e não temos subsídios. Aprendemos a fazer a nossa agricultura sobre uma situação rústica, difícil, tropicalizando e fazendo um Brasil para dar certo, sem dúvida alguma, com as melhores práticas conservacionistas e regenerativas.
Temos aí uma condição extraordinária de produção. Portanto, a diplomacia é muito importante, a negociação é muito importante e vamos ver no que vai resultar todo esse movimento dos agricultores europeus e, inclusive, protestando até contra produtos vindos da Ucrânia, que está em uma situação difícil, criando, inclusive, barreiras para produtos vindos da Ucrânia, ou seja, é um problema interno europeu e que nós temos de ter um olhar estratégico sobre tudo isso. Ou seja, viva o Brasil! Nós temos problemas, mas é o melhor país do mundo para se viver.
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