POVOS INDÍGENAS
ATL indígena: Bahia terá 37 novas UBS, 10 ambulâncias e 70 postos de água
Acampamento Terra Livre (ATL), reuniu 33 povos indígenas presentes no Estado baiano
Por Azure Araujo
Nesta semana, entre os dias 4 e 7 de novembro aproximadamente 1.500 indígenas de diferentes povos da Bahia se reuniram no Acampamento Terra Livre (ATL) nas imediações da Assembleia Legislativa da Bahia (ALBA), no Centro Administrativo da Bahia (CAB), para levarem ao órgão propostas que envolvem desde o tratamento de água até a demarcação de terras.
Organizado pelo Movimento Unido dos Povos e Organizações Indígenas da Bahia (Mupoiba), o ATL Bahia reuniu os 33 povos indígenas presentes no Estado com uma programação extensa com plenárias, tendas, marchas, oficinas e feira de artesanatos.
Em um aceno positivo ao governador, primeiro indígena no cargo, o coordenador do Mupoiba comentou como tem sido ampliada as políticas públicas aos povos indígenas.
“Tivemos boas notícias para meu povo que recebeu uma ambulância”, comemorou a Cacica Neide Truká Tupã. De acordo com Agnaldo Pataxó Hãhãhãi, dentre as propostas apresentadas, serão implementadas 37 Unidades Básicas de Saúde (UBS), 10 ambulâncias e 70 postos de sistema de água, além do último anúncio do governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues das escolas em tempo integral.
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Apesar dos ônus conquistados, um outro grande desafio para os povos indígenas, é a demarcação de terras. “Nós compreendemos que não é uma atribuição do Governo do Estado é do Governo Federal. Na Bahia, nós temos cinco terras prontas para serem declaradas”, afirmou Agnaldo Pataxó, ao lado do professor Paulo Alfredo Rocha, indigenista da Associação Nacional de Ação Indigenista (ANAI).
“O nosso lema hoje é: nosso marco é ancestral, não existe marco temporal. Partimos desse princípio de quando os invasores chegaram nós já estávamos aqui”, explicou Agnaldo Pataxó sobre a Lei 14.701 que prevê o Marco Temporal no artigo 4º e estabelece que os povos indígenas tinham que estar habitando determinados locais até 5 de outubro de 1988 para que seja possível realizar a demarcação de terra indígena de ocupação tradicional.
Ainda segundo o coordenador do Mupoiba, na Bahia os povos indígenas estão presentes em 52 municípios do Estado. Questionado sobre a perspectiva para o próximo ano, o Pataxó declarou: “Nós vamos à luta para demarcação de terras, a terra é fundamental, até porque é onde é feita a produção da vida e nossa luta principal é a luta pela vida”.
“A natureza gera oxigênio, que sustenta a vida, ou seja, essa luta não é só para nós indígenas, é para todos. Aqui na Bahia se olhar no mapa os lugares que tem mais matas preservadas é onde estão os povos indígenas, quilombolas e ribeirinhos”, concluiu Agnaldo Pataxó.
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