ALERTA NO MAR
Aumento de caravelas assusta banhistas em praias da Bahia
Semelhantes às águas-vivas, caravelas podem provocar sérias queimaduras no corpo
Por Leilane Teixeira
O aumento na temperatura dos oceanos associado a ventos fortes tem deixado algumas praias de Salvador e da Bahia menos acolhedoras entre os meses de julho e agosto. Isso porque, tem se tornado mais frequentes a presença de caravelas-portuguesas, animais semelhantes às águas-vivas e que podem provocar sérias queimaduras no corpo.
Em apenas um dia, já foi possível registrar 22 pessoas queimadas pelo animal invertebrado em praias de Salvadior, segundo dados da Coordenadoria de Salvamento Marítimo (Salvamar). Um registro feito no último mês pelo atleta de canoagem Cláudio Duarte, por exemplo, mostrou como a situação está alarmante e tem assustado banhistas.
"Muita caravela na água, muitas caravelas bem pequenininhas. Eu fiquei assustado com a quantidade, não sei se vai dar para ver no vídeo, mas são tantas que eu não consigo nem contar a quantidade de caravelas que eu estou vendo. Está cheio. É uma alerta para a galera que está por aqui pela Baía de Todos-os-Santos", disse na gravação.
A Physalia physalis, nome científico da caravela, é uma colônia de vários organismos juntos que possuem diferentes funções. Eles se alojam e vivem entre o ar e o mar, porém, elas não possuem nadadeiras, apenas são arrastadas pelos ventos e correntes.
Ao Portal A TARDE, o geógrafo marinho e nadador científico Rodrigo Maia explicou que é normal a maior incidência de caravalas neste período do ano.
"As caravelas são animais coloniais que vivem em alto mar ao sabor dos ventos e das correntes. Em períodos de fortes ventos, como nessa época do ano, acontece delas chegarem em maior quantidade na costa, empurradas pelos ventos. Junto com elas, podem aparecer também dragões-azuis, porpitas e outros organismos que vivem em alto mar ao sabor das correntes, como elas. Mudanças na temperatura das águas também influenciam nas correntes e podem fazer com que estes animais sejam carregados para a costa. Por isso, quando o mar está mais revolto e agitado, as caravelas tendem a se movimentar mais e se aproximar da costa", disse.
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As caravelas-portuguesas são pequenas e têm cor azulada. Em contato com a pele humana, elas provocam reações similares às das águas-vivas: dor, irritação e queimaduras.
Cuidados e dicas
Estes animais têm capacidade de envenenar até 24 horas fora da água, por isso é importante não tocar neles, caso encontre uma caravela na areia. Rodrigo explica que elas têm longos tentáculos com células urticantes. Algumas vezes, inclusive, o acidente pode ocorrer sem que o banhista veja o animal.
"O ideal é sempre sair da água. Em caso de acidente, é necessário se dirigir a alguma unidade de saúde para socorros médicos. O que a pessoa pode fazer é lavar o local com água do mar, mas nunca utilizar água doce porque pode causar reação e aumentar o inchaço. Além disso, de forma alguma é para esfregar o local, porque essa ação espalharia as células urticantes. A remoção deve ser feita utilizando luva e pinça para retirar todo o filamento que ainda estiver sobre a pele, cessando as queimaduras", pontua.
Outras recomendações:
- A aplicação de vinagre ajuda a inativar as toxinas;
- Coloque compressas frias no local;
- Procure ajuda médica caso possua sintomas mais graves.
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