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Alto custo suspende plano de túnel subterrâneo no centro de Salvador

Túnel ligaria, através de esteiras rolantes, o Campo da Pólvora à região do Comércio

Publicado quarta-feira, 03 de janeiro de 2024 às 18:31 h | Autor: Lula Bonfim
Túnel subterrâneo para pedestres ligaria o Campo da Pólvora ao Comércio
Túnel subterrâneo para pedestres ligaria o Campo da Pólvora ao Comércio -

A construção de um grande túnel subterrâneo para pedestres entre o Campo da Pólvora e o bairro do Comércio, no Centro Antigo de Salvador, está em “stand by”. O anteprojeto ficou pronto e estava previsto para ser licitado em 2024, mas o custo da obra, de acordo com o estudo, ficou muito mais alto do que o imaginado, travando o andamento da ideia.

A prefeitura de Salvador, através do prefeito Bruno Reis (União Brasil) e do secretário municipal da Infraestrutura, Luiz Carlos (Republicanos), ainda não descarta a ideia e busca meios de viabilizar a obra, que é vista como um passo importante para a revitalização do Centro Antigo.

A empresa responsável pelos estudos prévios do túnel subterrâneo, a Sanehatem Consultoria e Projetos, ganhou uma extensão do prazo para repensar o projeto. Na avaliação da prefeitura, o custo previsto de R$ 300 milhões para um empreendimento que visa atender a 3 mil pessoas diariamente ficou muito alto.

Túnel teria 650 metros de esteira rolante em cada sentido
Túnel teria 650 metros de esteira rolante em cada sentido |  Foto: Reprodução | Sanehatem

No planejamento da gestão municipal, as esteiras rolantes do túnel começariam nas proximidades da Estação Campo da Pólvora, ligando o sistema metroviário da cidade ao bairro do Comércio, passando também pela região da Baixa dos Sapateiros, no Centro Histórico, onde haveria uma parada.

O túnel subterrâneo faz parte de todo um projeto da prefeitura de Salvador para revitalizar o Centro Antigo da cidade. Nos últimos anos, a região passou a abrigar quase todas as secretarias municipais e recebeu investimentos grandes, com a instalação de equipamentos culturais, como o museu Cidade da Música.

Procurado pelo portal A TARDE, o secretário Luiz Carlos deixou claro que, apesar da prefeitura ter se surpreendido com o alto custo do projeto, ainda há a possibilidade da realização de ajustes para que a ideia do túnel subterrâneo saia do papel.

“O projeto tinha uma estimativa e, quando a gente fez o projeto, superou muito a expectativa do ponto de vista econômico. Ainda estamos tentando alguns ajustes, mas não está perto de uma definição. Tudo que a gente disser agora sobre isso não é uma definição", afirmou Luiz Carlos.

Acesso intermediário, na região da Baixa dos Sapateiros
Acesso intermediário, na região da Baixa dos Sapateiros |  Foto: Reprodução | Sanehatem

Detalhes

No anteprojeto inicial elaborado pela Sanehatem, o túnel subterrâneo teria um total de 960 metros de extensão, entre o Campo da Pólvora, nas proximidades da Arena Fonte Nova, e o Comércio, mais especificamente na Rua Guindaste dos Padres, onde fica o Plano Inclinado Gonçalves.

O túnel seria voltado para pedestres, que contariam com oito esteiras rolantes de 50 metros e outras dez de 90 metros, divididas igualmente entres os sentidos de ida e volta, para transitar pelo Centro Antigo de Salvador com mais velocidade e segurança.

A Sanehatem também previu a construção de um “acesso intermediário” para o túnel na Baixa dos Sapateiros. A parada teria direito ainda a uma esteira rolante na superfície, entre a Avenida José Joaquim Seabra e a Rua 12 de Outubro, que ganharia uma cobertura, protegendo o equipamento do Sol e da chuva.

Edifício de apoio abrigaria parte estrutura operacional do túnel
Edifício de apoio abrigaria parte estrutura operacional do túnel |  Foto: Reprodução | Sanehatem

Um edifício de apoio seria construído no Comércio, para abrigar o trabalho de operação do túnel subterrâneo. Na parte de fora, a ideia seria a instalação de um “boulevard”, uma área de trânsito preferencial para pedestres, inspirada nas “ramblas” de Barcelona, mas que poderia, eventualmente, também admitir a passagem de carros.

Com o imprevisto do custo, o projeto deve voltar ao foco da prefeitura apenas em 2025, em um possível segundo mandato do prefeito Bruno Reis.

Boulevard seria como as "ramblas" de Barcelona
Boulevard seria como as "ramblas" de Barcelona |  Foto: Reprodução | Sanehatem

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