AMAB defende juiz da ação na Câmara e não comenta filiação

A AMAB, por meio de nota assinada pela juíza Nartir Weber, se manifestou contra a entrevista do vereador Henrique Carballal (PDT), na qual o parlamentar licenciado afirmou que o pai do juiz Pedro Rogério Godinho seria filiado ao Democratas, hoje União Brasil e, portanto, suspeito de atuar na demanda de interesse da agremiação.

Na nota, a presidente da instituição diz que o pai do magistrado titular da 8 Vara de Fazenda Pública de Salvador não é mais vereador e que sua mãe não exerce cargo na prefeitura. A manifestação, entretanto, não rebateu uma das afirmações de Carballal, a de que Pedro Godinho, ex-vereador e pai do juiz, seria efetivamente filiado ao partido que impetrou um mandado de segurança questionando a formação de algumas comissões permanentes do Legislativo municipal. “Se o pai do magistrado é filiado ao União Brasil, como não se deve concluir que o juiz não tem relação com a parte autora ou pelo menos tem interesse na causa?”, afirmou um jurista ouvido.

Personalidades do meio jurídico baiano entendem que existindo a filiação do pai do juiz ao partido político que ajuizou a ação, a própria nota de Weber teria sido açodada e constrange o Poder Judiciário. Segundo documento oficial obtido do sistema de filiação partidária do TRE-BA, Pedro Luíz da Silva Godinho encontra-se filiado ao Democratas/Uniao Brasil, sendo suplente de vereador pelo partido.

Ouvida por A Tarde sobre a filiação do pai do magistrado, a AMAB disse que a Presidente não comentaria mais o caso. A Tarde tentou ainda, sem êxito, contato com o ex-vereador Pedro Godinho e com o juiz Pedro Rogério Godinho, estando a redação à disposição para esclarecimentos.