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Arquidiocese e Devoção do Bonfim terão nova conciliação no TJ-BA

No dia 13 de maio há expectativa de que o conflito entre os envolvidos seja resolvido

Publicado terça-feira, 16 de abril de 2024 às 10:00 h | Autor: Madson Souza
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A Arquidiocese de Salvador e a Devoção do Senhor do Bonfim não chegaram a um acordo na audiência de conciliação realizada no Tribunal de Justiça da Bahia (TJBA) ontem. Contudo, em uma nova sessão está marcada para o dia 13 de maio, às 9h, há expectativa de que o conflito seja resolvido. O processo foi iniciado após divergências em mudanças na administração da igreja.

Para o desembargador e relator do processo, Jorge Barretto, a conversa trouxe bons frutos. “A audiência foi exitosa. Ficamos quase com todas as situações equacionadas, mas as partes precisam de mais tempo para os tópicos finais, por isso que marcamos uma nova audiência. Estamos avançados na hipótese conciliatória”, afirma.

A vitória deste encontro, conforme o advogado da Arquidiocese, Otoney Alcântara, foi a construção de uma abertura de diálogo entre as partes, que até então estava judicializada. “De fato, não se chegou a um acordo, mas se manteve aberto o diálogo para neste período, se entender se é viável chegar a um acordo. Até o dia 13 tentaremos manter um diálogo aberto entre nós, sem a intermediação”. A reportagem não conseguiu contato com o grupo de membros da Devoção do Senhor do Bonfim envolvidos no processo.

A judicialização de uma organização religiosa católica é incomum, mas existem outros casos na história, como o exemplo da década de 40 em que a Irmandade de Recolhimento do Bom Jesus dos Perdões e a Arquidiocese de Salvador entraram em um conflito que chegou até o Supremo Tribunal Federal.

“Os interessados na relação processual são a Arquidiocese e a Devoção do Senhor do Bonfim, mas fora esses dois interessados que compõem a relação processual, existe a religiosidade do povo da Bahia naquele espaço sagrado”, afirma Jorge Barretto.

Divergências

Os conflitos entre o Jorge Nunes Contreiras, antigo líder da devoção e o padre Edson Menezes, há 16 anos à frente da Basílica do Senhor do Bonfim, ganharam força em maio de 2023, quando o juiz da Irmandade determinou uma série de exigências ao padre.

O registro do padre como empregado da Irmandade, a proibição de tomar posse de valores relacionados às coletas diárias feitas pela igreja e o fim do comércio de itens, como a água benta, nas dependências do lugar religioso foram algumas das razões para a disputa.

Em agosto de 2023, o padre Edson Menezes, que cuidava de projetos na gestão da Irmandade Devoção do Senhor do Bonfim deixou a função após decisão de intervenção da Arquidiocese de São Salvador da Bahia. Na ocasião, foi determinado o afastamento do juiz da Irmandade, Jorge Nunes Contreiras. Com isso, o padre Edson Menezes deixou o cargo de capelão, mas seguiu como reitor da Basílica.

No início de novembro daquele mesmo ano, a intervenção foi suspensa após decisão liminar concedida pela Justiça. Uma semana depois, o TJ-BA derrubou a liminar. Após nova eleição, Fernando José Máximo Moreira é o atual juiz da Irmandade.

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