TRADIÇÃO
Celebração a São Roque reúne diferentes crenças
Homenagens no templo e ruas marcam dia de santo e divindades africanas que protegem contra doenças
Por Lívia Oliveira*
São Roque, santo relacionado a cura de doenças infectocontagiosas, e as divindades das religiões de matrizes africanas associadas a ele, que possuem o domínio sobre a vida e morte como Azoany, Kavungo, Obaluaê e Omolu, receberam homenagens ontem. No Santuário de São Lázaro e São Roque, na Federação, o dia foi de missas, além da 25ª edição da Caminhada Azoany, que partiu do Pelourinho, às 14h20, rumo ao templo.
Quem estava presente e fez questão de tirar foto com a imagem foi Sandra Dias, 75 anos, que vai ao local desde a infância. “Eu acho a celebração maravilhosa, me sinto bem. Fico até com lágrimas não olhos de emoção em agradecer a esse pai nosso. Para mim, Deus em primeiro lugar e depois São Roque”, afirma.
Na área externa, integrantes das religiões de matrizes africanas ofereciam limpeza espiritual com a ‘flor do velho’ e folhas. A equede do terreiro Ilê Asé Ajunsun Benoy, Jurivina da Silva, 63 anos, chegou ao local às 6h. “É para a saúde. É o elemento de Omolu que passamos no corpo para curar. Também tem o perfume de Oxum, que é do carinho, do amor, da prosperidade e do ouro. Além de alfazema, pitanga, aroeira, arruda”, explica.
Por volta das 16h20, a procissão de São Roque saiu do santuário e seguiu até o cemitério Campo Santo e retornou ao templo, onde houve a bênção do Santíssimo Sacramento. Completando 25 anos, a Caminhada Azoany saiu do Pelourinho, por volta das 14h20, e seguiu até o Santuário de São Roque e São Lázaro, onde chegou por volta das 17h30.
A baiana de acarajé Dilma Santos Nascimento, 50 anos, participa da festa há 10 anos. “Essa celebração representa uma vida cheia de axé. Se eu puder, venho todos os anos”, completou.
* Sob a supervisão da editora Meire Oliveira
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