Energia 100% verde ainda não é possível, avalia Isabela Suarez

A empresária Isabela Suarez, uma das coordenadoras científicas do congresso “Direito e Sustentabilidade no Brasil: 35 anos na Constituição e 50 anos pós Conferência de Estocolmo”, afirmou nesta quinta-feira, 18, que ainda não é possível que o país mantenha uma matriz energética totalmente renovável e verde. Segundo ela, a própria energia eólica é boa, mas não é capaz de atender toda a demanda dos brasileiros.

“O governo do estado, provavelmente, vai lançar aqui amanhã a nova matriz eólica do estado. Mas o que a gente espera desse evento é que se discuta os avanços, mas que algumas questões que ainda são tratadas de forma um pouco mitificada sejam desconstruídas. É claro que a matriz eólica é importantíssima, mas a gente não pode esquecer que hoje ela não é suficiente para atender à nossa demanda”, analisou a empresária.

Isabela Suarez avalia que há preconceito com algumas matrizes energéticas, como o gás, e que o país necessita apostar na variedade de fontes de energia, sem ficar dependente de nenhuma. A ideia é que o Brasil invista em uma transição gradual para um modelo totalmente sustentável e verde.

“Que a gente não faça uma agenda ambiental apenas apresentando o que a gente espera para o futuro. Obviamente, a gente espera que tudo seja alimentado por energia ultra-renovável, mas isso ainda não é possível. É exatamente esse debate racional e sensato que a gente pretende trazer, um panorama racional e verdadeiro das necessidades, dos problemas e do que a gente precisa melhorar”, defendeu Isabela.

Ainda de acordo com a empresária, o objetivo do congresso, oferecido pela Associação Comercial da Bahia em parceria com o Ibrades [Instituto Brasileiro de Direito e Sustentabilidade], é colocar o estado no protagonismo das discussões sobre o tema.

“É o primeiro congresso sobre direito e sustentabilidade organizado por empresários e advogados baianos. Nosso objetivo é colocar Salvador e o estado da Bahia no protagonismo da discussão da temática. Depois de um longo período pandêmico, a Associação Comercial e sobretudo o núcleo de meio ambiente da Associação Comercial, em parceria com o Ibrades, volta às atividades e a gente entende que essa é uma temática que merece uma discussão presencial”, concluiu Isabela Suarez.