MAIS DE R$200 MIL
Exclusivo: vítima revela detalhes do golpe do falso câncer
Mãe e filha são acusadas de forjar a doença e aplicar golpes em Salvador
Por Alex Torres e Redação
Uma amiga da família e vítima do golpe do câncer aplicado por Drielle Menezes Sena e Ana Paula Menezes Sena conversou com exclusividade com o Portal A TARDE nesta quarta-feira, 22, detalhando o início do golpe. As denúncias partem de um falso diagnóstico de câncer da filha e descambam para doações via pix, venda de sabonetes para atrair pessoas e importação de produtos que nunca chegam.
A mulher, que não quis se identificar, contou que Drielle Menezes Sena estudava na mesma escola que a sua filha e chegou a frequentar a sua casa. Ela acompanhou todo o golpe e ainda incentivou doações para a dupla, que é mãe e filha adotiva.
"A princípio surgiram algumas feridas em Drielle, que demoraram a sarar. Descobriu depois que eram uma eripsela, isso há uns 13 anos. As feridas pararam e voltaram, e veio o diagnóstico de leucemia. Nós não vimos laudo, mas ela sem cabelo, muito gorda e os pedidos de ajuda para comprar medicação que não conseguiam no SUS", explicou a vítima.
Ela ainda contou que chegou a incentivar as doações e provar para as pessoas que a dupla era confiável, ressaltando que Drielle era criada pela tia (mãe adotiva) e que Ana Paula tinha parado sua vida para tomar conta da filha adotiva por conta da doença. "Começaram as vaquinhas, eu doei e algumas pessoas doaram através do meu pedido, porque eu dizia que conhecia", relatou.
"O que me choca disso tudo é que é uma pessoa que eu recebia na minha casa, que era de fato uma menina que a gente gostava. Eu busco na minha memória um indício de que era uma fraude tudo que ela me dizia e eu não consigo encontrar a ponta solta. É fato que a doença não existiu diante de tantos depoimentos, de tante gente sendo lesada", contou ao Portal A TARDE.
De acordo com a Polícia Civil, as mulheres receberam mais de R$ 200 mil de três pessoas que teriam comprado supostos produtos importados, mas que nunca foram entregues aos compradores.
"É triste ver que as pessoas utilizam de uma doença tão séria, que mata tantas pessoas, dessa maneira vil. Minha mãe teve um câncer e não tinha como eu não me compadecer da situação, doar e levar pessoas a doar. Uma filha de uma amiga minha morreu de leucemia, uma outra amiga que perdeu a irmã para o câncer deu todas as medicações para Drielle. Então isso me machuca muito. Ele me machucou em um lugar de conseguir voltar a ajudar o outro", contou a vítima.
O caso é investigado pela 23ª Delegacia Territorial (DT/Lauro de Freitas).
Compartilhe essa notícia com seus amigos
Cidadão Repórter
Contribua para o portal com vídeos, áudios e textos sobre o que está acontecendo em seu bairro
Siga nossas redes