SALVADOR
Município intensifica combate ao Aedes
Em 2022 o Ministério da Saúde notificou 1,4 milhão de casos e alerta para epidemia em 2023
Por Leilane Suzarte*
A chegada do verão e a suspensão do trabalho de eliminação do mosquito Aedes aegypti durante a pandemia de Covid-19 contribuíram para o aumento de casos da dengue. Para conter esse avanço, os agentes de combate às endemias do Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) realizaram na manhã de ontem aplicação de inseticida, trabalho educativo com a população e visitas nas casas, estabelecimentos e terrenos baldios para inspeção e eliminação de focos de mosquito nos bairros de Itapuã, Mussurunga e Cajazeiras IV.
As ações, que fazem parte do projeto Verão sem Mosquito da Secretaria Municipal de Saúde de Salvador, seguem hoje, das 8h às 12h, nas localidades de Itapuã, Paralela (próximo à Estação Mussurunga) e Fazenda Grande IV, e nos próximos finais de semana em outros bairros.
As atividades têm por objetivo intensificar os cuidados para evitar a proliferação do mosquito Aedes aegypti, além de adotar as medidas de prevenção e conscientizar os moradores sobre os casos da dengue.No ano pasado foram registrados mais de 1,4 milhão de notificações e 987 óbitos, de acordo com dados do Boletim Epidemiológico do Ministério da Saúde. Os números alertam para uma nova epidemia da doença, que deve ocorrer nos primeiros meses de 2023.
A eliminação dos criadouros nas casas e áreas públicas dos bairros deve ser feita nesse período e ao longo do ano para garantir a proteção de todos contra possíveis casos de doença.
Vale lembrar que a situação da dengue na Bahia também é preocupante. Segundo dados da Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (Sesab), foram notificados, até a 16ª Semana Epidemiológica de 2022 (até 23 de abril), 24.500 casos das três arboviroses urbanas em todo o estado: dengue, chikungunya e zika. Só de dengue, foram 14.732 casos, registrados em 271 municípios, com 4 óbitos confirmados e 12 em investigação. Além disso, o Laboratório Central da Bahia (Lacen-BA) identificou, pela primeira vez no estado, a nova cepa da doença: a dengue sorotipo 2 (DENV-2) pertencentes ao genótipo II - cosmopolita.
Já a Secretaria Municipal de Salvador (SMS) registrou, em 2022, 2.518 casos das arboviroses (2.051 de dengue, 384 chikungunya e 83 de zika vírus). No mesmo período de 2020, a capital baiana já tinha notificado 1.161 ocorrências das doenças (694 dengue, 393 chikungunya e 74 zika vírus).
A diretora de Vigilância à Saúde, Andréa Salvador, explica que as ações fazem parte operação Verão sem Mosquito
Saúde
"O CCZ faz esse trabalho diuturnamente ao longo do ano, mas com a proximidade do verão, intensificamos as ações pela necessidade e a compreensão de grande circulação de pessoas e turistas na nossa capital. Por ser uma cidade receptiva, nós queremos assegurar essa saúde, não só aos que veem, mas também a nossa população”, relata.
Ela relata como o trabalho combate às endemias. “As ações consistem em varredura junto com a Limpurb, mutirões de limpeza, articulações com escolas públicas, locais de praças públicas, monumentos, pontos turísticos, unidades de saúde, que sejam privadas ou públicas, e o casa a casa, que é justamente visitar as residências, pois sabemos que 80% dos focos de mosquito estão dentro de cada domicílio”, disse a diretora.
“No ano de 2023 promete. Equipe motivada, com vontade de ir para cima, ajudar a população, desenvolver o melhor trabalho possível para que nós não tenhamos nenhuma surpresa no nosso Carnaval”, finaliza Andréa.
*Sob a coordenação da editora Hilcélia Falcão
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