ISSO É BAHIA
'Projeções apontam redução de chuvas em Salvador', diz meteorologista
Fenômeno El Niño reduzirá chuvas no outono e inverno na capital baiana
Por Da Redação
Entrevistado do programa Isso é Bahia desta sexta-feira, 9, o meteorologista da Defesa Civil de Salvador (Codesal), Laurizio Alves, afirmou que a capital baiana passará por uma redução do fluxo de chuvas no outono e inverno, devido às mudanças climáticas e chegada de um fenômeno natural denominado de El Niño.
O El Niño é marcado por um aquecimento acima da média no oceano Pacífico, perto da linha do Equador. Ele muda a circulação dos ventos alísios, que vão de leste a oeste, levando umidade e águas mais quentes da costa das Américas para Ásia e Oceania. Apesar de acontecer no Pacífico, seus efeitos alcançam outras regiões do planeta.
As alterações vão das mais perceptíveis, como a elevação geral de temperaturas, aumento de chuvas ou seca em diferentes regiões, branqueamento de corais, a danos à economia.
“As projeções apontam uma redução de chuvas em Salvador. A previsão para os próximos meses, de julho a setembro, são chuvas abaixo da média climatológica, também por consequências do El Niño, apesar de não tão intenso ainda o fenômeno, mas que já traz essa redução das chuvas. Deve também reduzir as chuvas na região sul e sudeste do país”, disse.
Segundo o meteorologista, as previsões apontam impactos do El Niño para os próximos meses e anos pelo mundo.
“Esse primeiro mês a gente não espera um impacto muito grande do El Niño porque ele está na fase inicial, apesar da transição e de a gente observar que o fenômeno não tem uma intensidade muito forte ainda para o Brasil. Ele deve se intensificar nos próximos e deve, provavelmente, atingir o Brasil. Os principais impactos dele são: menos chuva, principalmente na região Nordeste, consequentemente seca mais severa; na região Norte, redução das chuvas e aumento das queimadas e na região Centro Oeste aumento das chuvas no verão e elevação das temperaturas. Já na região Sul e Sudeste, podemos ter aumento das chuvas e calor mais intenso, também associados ao El Niño”, explicou.
Algumas das mudanças ocasionadas por consequência do El Niño são tempos mais secos e intensidades de chuvas, segundo Laurizio, mas que ainda não há como estimar os impactos que podem gerar na região Nordeste do Brasil.
“As previsões climáticas estão pegando tempos mais secos e intensidades um pouco maiores com temperaturas mais altas. Isso já é dentro do esperado do El Niño. A gente pode ter um fenômeno um pouco mais forte já no próximo ano. Agora, como ele está mais neutro, não há um impacto tão visível. Mas com o decorrer do tempo ele vai se intensificar. A princípio, não tem previsão de um extremo climático associado ao El Niño nesse momento, mas não se descarta a possibilidade porque as projeções climáticas vão sendo atualizadas mês a mês e podem sofrer alterações, como se intensificar e trazer mais consequências para a região Nordeste, como secas mais severas”, pontuou.
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