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Rodoviários sofrem assédio moral, afirma presidente do sindicato

Categoria está reivindicando melhoria das condições de trabalho

Publicado quinta-feira, 25 de abril de 2024 às 08:34 h | Atualizado em 25/04/2024, 09:02 | Autor: Da Redação
Sindicato está reunido com trabalhadores em assembleia na G3, em Campinas de Pirajá
Sindicato está reunido com trabalhadores em assembleia na G3, em Campinas de Pirajá -

O caos no transporte público de Salvador na manhã dessa quinta-feira, 25, tem, entre um dos pontos de reclamações dos profissionais, o assédio moral por parte da concessionária. Isso é o que afirma o presidente do Sindicato dos Rodoviários da Bahia, Hélio Ferreira.

De acordo com ele, a saída de parte da frota de ônibus está atrasada porque rodoviários da concessionária Ótima Transportes (OTTrans) estão reunidos com o sindicato em uma das garagens desde a madrugada para uma mobilização que cobra o cumprimento de pontos da Convenção Coletiva de Trabalho (CTT) e melhorias nas condições de trabalho.

Segundo o presidente do sindicato, rodoviários estão sofrendo pressão psicológica no exercício do trabalho. "Qualquer problema, incidente na rua, mesmo sem culpa, o motorista é penalizado e recebe advertência ou suspensão, como a queda da lente de um carro pequeno que encostou no ônibus e o motorista não tem culpa", afirmou.

>> "Iremos judicializar", diz OTTrans sobre acusações de rodoviários

Essa penalização dos rodoviários, segundo Hélio Ferreira, ocorre até mesmo em situações de infração dos passageiros, como o caso de pessoas que entram nos ônibus sem efetuar o pagamento da tarifa. "O rodoviário está sendo forçado a ser um segurança da violência urbana, dando a eles uma responsabilidade que não é do motorista e nem do cobrador. Acabam sendo penalizados por um problema social da cidade", diz.

Sobre o descumprimento da CTT, Hélio destaca um problema com o "apanha", o serviço que pega os rodoviários na madrugada para encaminhar até as garagens. De acordo com ele, o serviço não está atendendo aos trabalhadores da maneira como deveria ser. Há ainda um problema com a divulgação da escala de trabalho no mural da garagem, que deveria ocorrer com oito dias de antecedência, e não é o que acontece, segundo o sindicalista.

Ainda segundo Hélio, a mobilização para atrasar a saída dos ônibus não foi a primeira opção da categoria, que teria tentado conversar com a concessionária, mas não teve sucesso. "Antes disso aqui a gente tentou conversar, dialogar, fizemos várias reuniões e hoje fizemos a última tentativa, mas infelizmente a intransigência é demais e os trabalhadores estão revoltados e adoecendo com esse assédio", disse o presidente.

Uma nota divulgada pela Secretaria de Mobilidade de Salvador (Semob), destaca que a pasta vai convocar a OTTrans para prestar esclarecimentos acerca das denúncias feitas pelo Sindicato dos Rodoviários da Bahia.

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