SALVADOR
Saiba os detalhes de nova reforma no Elevador Lacerda; veja fotos
Requalificação do cartão-postal irá durar 10 meses e serviço pode ser interrompido
Por Daniel Genonadio e Flávia Requião
A Prefeitura de Salvador iniciou oficialmente nesta quarta-feira, 13, as obras de requalificação do Elevador Lacerda. Conforme a Fundação Mário Leal Ferreira, o projeto de restauração e requalificação tem como objetivo resgatar algumas características importantes da configuração que o equipamento possuía após a reforma e ampliação de 1930 e que contribuíram enormemente para que ele se transformasse neste marco, mas que acabaram sendo comprometidas ou perdidas em sucessivas intervenções realizadas ao longo dos anos.
Com isso, o atual projeto quer eliminar os excessos inseridos em diversas intervenções realizadas nas décadas anteriores. As mudanças acontecerão nos acessos da Cidade Baixa, na abertura da varanda da Cidade Alta e com mudança de localização da sorveteria 'A Cubana'. O painel com o nome 'LACERDA' também será restaurado, entre outras mudanças. A Requalificação do cartão-postal irá durar 10 meses e o serviço pode ser interrompido. O valor total da intervenção é de R$ 11 milhões.
“Esse talvez seja um dos principais símbolos da nossa cidade. O Elevador Lacerda completou 150 anos de existência no último dia 8 de dezembro e terá sua história ainda mais preservada. A Prefeitura vai investir R$11 milhões, em recursos próprios, em toda a restauração e recuperação do equipamento. Serão colocadas cabines climatizadas, mais modernas e mais ágeis para facilitar o deslocamento da população”, destacou o prefeito Bruno Reis.
Por isso, uma das mudança é a mudança de local da sorveteria 'A Cubana', instalada no Elevador Lacerda desde o final da década de 1930. A sorveteria será relocada para outro espaço no acesso da Cidade Alta para que a varanda dos espaços laterais seja aberta, resgatando o caráter original.
Do mesmo modo, na Cidade Baixa, serão eliminados os dois espaços comerciais de planta triangular que ocupam as duas laterais junto à fachada principal, comprometendo a espacialidade e os fluxos do equipamento. Com isso, a entrada pela Cidade Baixa voltará a ser realizada pela porta da esquerda da fachada e a saída pela porta da direita. Na Cidade Alta, mantêm-se os acessos atuais, com entrada pela porta da esquerda da fachada da Praça Municipal e saída pela porta da direita.
O nome “LACERDA”, existente desde 1930 no topo da fachada do edifício de três pavimentos voltada para a Praça Municipal, será restaurado e adequadamente iluminada.
Uma importante mudança será na maneira da cobrança da tarifa (hoje em R$ 0,15), que deixará de ser feita nas catracas e passarão a ser realizadas em bilheterias próximas aos acessos, tanto na Cidade Baixa, quando na Cidade Alta. O objetivo é impedir as longas filas para entrar no elevador.
Quanto a parte estrutural, os corrimãos fixos de organização das filas serão reduzidos ao máximo, com a criação de elementos móveis de direcionamento dos fluxos que possam ser relocados pela equipe de funcionários ao longo do dia, de acordo com as demandas de cada momento.
Também será criado o Memorial dos Ascensores Urbanos de Salvador, que contará a história destes equipamentos e sua importância para uma cidade que, desde a sua fundação em 1549, esteve separada em dois “andares”. Os acessos do público e de serviços ao Memorial dos Ascensores Urbanos de Salvador se darão pelo eixo central da fachada da Cidade Alta, resgatando simbolicamente o acesso original do Elevador Hidráulico da Conceição, de 1873. O projeto do Memorial dos Ascensores Urbanos de Salvador será desenvolvido na segunda etapa do projeto.
A parte interna do elevador contará com atualização técnica da infraestrutura (ar-condicionado, elétrica, sistema de PCI, etc.). Os “pesados” forros atualmente existentes, instalados há cerca de vinte anos, serão eliminados e substituídos por soluções técnica mais “leves” e de menor interferência na leitura do espaço. O objetivo é minimizar os impactos visuais. Essa solução relacionada ao ar-condicionado será feita também em outros espaços do modal.
No que se refere aos revestimentos, foram adotados materiais de alta resistência e durabilidade e que não necessitam de grandes investimentos em manutenção, porém mantendo o caráter despojado dos espaços. Assim, o piso das estações das Cidade Alta e Baixa será em granito marrom antiderrapante.
Já o saguão da estação Cidade Baixa terá novas clarabóias e paredes revestidas parcialmente com painéis em azulejos artesanais na cor branco. No passadiço e estação da Cidade Alta do elevador, as paredes receberão pintura acrílica na cor bege claro, além de esquadrias substituídas por um novo sistema que faz referência às composições originais de 1930, porém, agora com caixilhos de alumínio com pintura branca e venezianas móveis de vidro, que poderão ser abertas para permitir a ventilação natural.
“O que a Prefeitura está fazendo, na verdade, é recuperar características e arquitetura originais do elevador, quando ele foi ampliado em 1930. Tivemos que fazer um estudo da história deste monumento, analisar como ele foi pensado. Nos debruçamos sobre todas as documentações desde a construção de 1873 até hoje. Fizemos um estudo detalhado de toda a história do Lacerda para poder traçar o melhor projeto”, declarou Tânia Scofield, presidente da FMLF.
As esquadrias serão substituídas por um novo sistema que faz referência à composição das esquadrias originais de 1930, porém agora com caixilhos de alumínio com pintura eletrostática branca e panos de vidro fixo e com venezianas móveis de vidro, que poderão ser abertas para permitir a ventilação natural em caso de falha no sistema de ar-condicionado.
O Elevador Lacerda é patrimônio histórico tombado pelo Iphan desde 2006.
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