TRÁFICO DE ARMAS
Saiba sobre as prisões que fizeram 'Senhor das armas' alvo da PF
Apreensão da PRF em Vitória da Conquista foi 'ponta pé' para descoberta de esquema internacional
Por Da Redação
As prisões de dois homens em Vitória da Conquista, sudoeste baiano, com 23 pistolas croatas, calibre 9mm, deram origem a Operação Dakovo, deflagrada na manhã de quarta-feira, 6, em três países. As investigações, comandada pela Polícia Federal da Bahia, em conjunto com forças de outros estados e do Paraguai, conseguiu desvendar um esquema ambicioso e bilionário de fornecimento de armas da Europa para facções no Brasil.
A ação envolvia diversas organizações criminosas, incluindo o Primeiro Comando da Capital (PCC) e o Comando Vermelho (CV), as duas maiores do Brasil e também com atuação na Bahia. Segundo estimativa da PF, em três anos, a engrenagem movimentou cerca de R$ 1,2 bilhão.
A apreensão do material, incluindo as 23 pistolas com numeração raspada, 70 carregadores de pistola, 02 fuzis calibre 556 (com indícios de adulteração na numeração) 06 carregadores de fuzil, 01 munição cal. 9mm, aconteceu durante uma vistoria no compartimento de passageiros em um ônibus, que trafegava na região da BR 116, em Vitória da Conquista. O coletivo fazia a linha São Paulo (SP) para Serrinha (BA). O caso aconteceu em novembro de 2020. O material foi encontrado em uma mochila e uma bolsa.
Operação Dakovo
Após a apreensão na Bahia, foram três anos até a deflagração Operação Dakovo. O principal alvo das ações foi o argentino Diego Hernan Dirísio, o 'senhor das armas'. Segundo uma fonte do Portal A TARDE ligada a PF, ele é apontado como responsável pelo esquema e considerado o maior contrabandista de armas da América do Sul. Dirísio usava a empresa International Auto Suply (IAS), sediada em Assunção, no Paraguai, para importar milhares de pistolas, fuzis e munições de vários fabricantes europeus sediados na Croácia, Turquia, República Tcheca e Eslovênia.
As armas eram importadas da Europa para o Paraguai, onde eram raspadas e revendidas a grupos de intermediários que atuavam na fronteira do Brasil com Paraguai, para serem repassadas às principais facções criminosas do Brasil.
Dirísio e a primeira dama das 'armas', Julieta Vanessa Nardi Aranda, que tinha um importante papel no esquema, já que ocupava o cargo de vice-presidente da empresa e auxiliava o marido nas negociações, entre outras funções, não foram encontrados durante a execução dos mandados e seguem foragidos. A suspeita é que eles ainda estejam escondidos em território paraguaio.
A Justiça baiana ainda solicitou que os alvos sejam incluídos na lista vermelha da Interpol. 19 pessoas foram presas: 5 no Brasil e 14 no Paraguai, informou o ministro da Justiça, Flávio Dino. Trinta e oito mandados de busca e apreensão foram cumpridos no Brasil e outros 21 no Paraguai.
Os mandados foram expedidos pela 2º Vara Federal de Salvador/BA, em conjunto com três países, Brasil, Paraguai e Estados Unidos. No Brasil, os mandados foram cumpridos no Rio de Janeiro/RJ, São Paulo/SP, Sorocaba/SP, Praia Grande/SP, São Bernardo do Campo/SP, Ponta Grossa/PR, Foz do Iguaçu/PR, Brasília/DF e Belo Horizonte/MG.
Algumas ordens não puderam ser cumpridos por serem em locais conflagrados, com efeito, colateral incontrolável ou por não haver tempo hábil para expedição dos mandados de prisão, de acordo com a lei daquele país, no caso dos Estados Unidos.
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