SEGURANÇA PÚBLICA
Seap investe em novos bloqueadores para uso de celulares nas prisões
Secretário José Antonio Maia detalhou sobre o novo equipamento
Por Silvânia Nascimento | Portal Massa!
Ao que indica, as tentativas de contato entre detentos dos presídios da Bahia e comparsas externos, podem estar com dias contados. A Secretaria de Administração Penitenciária e Ressocialização (Seap) está no processo de compras de bloqueadores inovadores que prometem impedir, de vez, a comunicação entre criminosos.
Em entrevista exclusiva ao Portal Massa!, o titular da Seap, José Antônio Maia, revelou que o Estado já iniciou o processo de aquisição dos equipamentos. "Nós estamos adquirindo bloqueadores que não vão permitir sinal de celular dentro do presídio. Eu estive em São Paulo e nós tivemos acesso a uma unidade, em que, quando você entra, o celular corta. Fica incomunicável. Ao sair de dentro do presídio, com três metros, o celular volta a funcionar. Então, será uma rede ligada diretamente à central da Seap e à central da Secretaria da Segurança Pública", contou.
A ousadia dos criminosos, sobretudo daqueles que, mesmo cumprindo pena em unidades prisionais seguem determinando ações violentas na sociedade, têm feito com que a Seap intensifique as providências para frear essa realidade. Além dos bloqueadores, que não foi revelado quando chegarão na Bahia, o órgão tem investido nas ações repressivas e preventivas.
A segurança nos presídios é um tema tão sensível e preocupante que, no fim do ano passado, duas operações ininterruptas foram lançadas pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) em todos os estados do país. Na Bahia, por exemplo,60 celulares foram retirados do Conjunto Penal de Feira de Santana (CPFS), o maior do Estado, no período de cinco dias, durante a segunda fase da Operação Mute, idealizada pelo MJSP com objetivo de localizar e retirar aparelhos telefônicos de celas. Nessa mesma leva foram localizados 105 objetos perfurocortantes (facas, tesouras, ferros e outros).
Também lançada em 2023, mas que segue ativa no quadro de ações das Secretarias de Administração Penitenciária do Brasil, a Operação Força Máxima, também tem feito uma limpa nos conjuntos penais. Por sinal, é por meio dessa operação que o MJSP tem coordenado as buscas pelos dois detentos que escaparam de uma penitenciária federal, na cidade de Mossoró, no Rio Grande do Norte.
Segundo o secretário José Antonio, no estado baiano, a Força Máxima tem focado, principalmente, na execuções de ações que possam impedir ou reduzir a chegada de itens ilícitos aos presidiários.
"Em novembro iniciamos a Operação Força Máxima, porque não adianta só tirar esses materiais de dentro das unidades. E aí, nos entorno dos presídios, nós estamos fazendo rondas diariamente, diárias e noturnas, que impedem exatamente esses arremessos. Então, a ação preventiva que nós fazemos é visando, exatamente, o corte desse contato dos internos com a população extramuros. Em Salvador, nós tínhamos muitos arremessos que eram feitos de fora pra dentro. Eles adentravam a mata, que é uma região de reserva de mata Atlântica em torno do presídio, e por ali e faziam os arremessos".
Vale lembrar que, pouco menos de um mês da Operação Força Máxima entrar em execução, a Polícia Penal apreendeu um fuzil calibre 556, no matagal ao lado da Penitenciária Lemos Brito, no bairro da Mata Escura, em Salvador. Além do armamento, também foram encontrados na mata munições, um facão e cinco aparelhos. Na época, os materiais foram localizados, escondidos na mata, durante reforço da ronda perimetral. Nenhum suspeito foi localizado.
"Estamos colocando telas em todas as unidades da Bahia, também, para impedir esses arremessos", completou o secretário.
Ações educativas nos presídios
Também presente na entrevista, o superintendente de Ressocialização da Seap, Bacildes Terceiro, comentou sobre os resultados das atividades socioeducativas que também fazem parte do cronograma de ações preventivas do órgão.
"Alcançamos o marco de 74 internos do Conjunto Penal de Itabuna aprovados no Enem. Foram 72 para faculdades públicas e duas para universidade federal".
Questionado sobre como funcionará o acesso dos presidiários às instituições de ensino, ele explicou como funciona. "Os aprovados terão 70% do curso na modalidade EAD. Os 40%, que será presencial, ele estudará após o cumprimento da pena", disse.
"O governador é educador, é um homem humanitário. Então ele visa que possamos fazer um combate ao crime através de outros métodos que não seja só o enfrentamento. Isso vem através da educação, vem através dos processos de ressocialização, de reinserção social, porque não adianta só ressocializar e não reinserir", pontuou o secretário da Seap.
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