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Sindicombustíveis aponta guerra em Israel como razão à alta de preços

Segundo entidade, Acelen tem política de preços ajustada ao mercado internacional.

Por Da Redação

19/04/2024 - 16:47 h
Combustíveis tiveram um aumento de cerca 5,1% em Salvador.
Combustíveis tiveram um aumento de cerca 5,1% em Salvador. -

O Sindicato do Comércio de Combustíveis, Energias Alternativas e Lojas de Conveniências do Estado da Bahia (Sindicombustíveis) apontou os recentes conflitos envolvendo o país de Israel como razão para o aumento de preço dos combustíveis ocorrido nesta sexta-feira (19), em Salvador.

Foi registrado um aumento de 5,1% nos preços, confirmado no dia anterior pela Acelen, dona da Refinaria de Mataripe, que fornece combustível para os postos de Salvador e região. O preço da gasolina comum saltou de R$ 5,90 para R$ 6,30; a aditivada chega a R$ 6,70, mas há postos na região metropolitana vendendo por até R$ 7,18.

Em conversa com o Portal A TARDE, Marcelo Travessos, secretário executivo do Sindicombustíveis, explicou que eventos geopolíticos, como os que ocorrem atualmente em Israel, têm influência sobre o preço dos combustíveis.

“A Acelen tem uma política de precificação de seus produtos voltados para o que o mercado internacional aponta. Nos últimos dias, principalmente a partir de 1º de abril, que foi quando houve um acirramento nas disputas entre Israel e os países circunvizinhos, houve algumas ações de pirataria num ponto onde há fluxo de todo tipo de produto, inclusive petróleo. Isso faz com que o mercado de commodities, de uma forma geral, especule em seus preços”, afirma.

Ainda segundo Travassos, como a Acelen tem como prática acompanhar o mercado internacional, ela vem ao longo de abril subindo seus preços.

“Nesta semana agora, a Acelen alterou o preço na terça-feira e ontem, quinta-feira”, disse o sindicalista.

Na segunda-feira, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, anunciou a criação de um grupo de trabalho para acompanhar eventuais impactos do ataque do Irã a Israel no mercado nacional de petróleo. “O Brasil, como todos os países do mundo, sofre impactos quando há restrição de produção ou de comercialização do petróleo”, disse.

População na bronca

Segundo Sindicombustíveis, preço praticado pela Acelen acompanha mercado internacional.
Segundo Sindicombustíveis, preço praticado pela Acelen acompanha mercado internacional. | Foto: Denisse Salazar /Ag. A TARDE

Não demorou para os motoristas e motociclistas reclamarem, após o aumento dos combustíveis desta sexta-feira.

"Está doloroso. Ontem estava um valor e hoje está outro. Abasteci e nem vi que tinha aumentado. Desse jeito é complicado e impacta bastante, toda hora um preço diferente. A gente tem uma meta de valor para gastar, mas termina sempre extrapolando e precisando trabalhar um pouco mais para tentar atingir essa meta. O gasto vai ser maior. Tem vezes que fecha a conta, mas é algo raro, ainda mais com esses aumentos", afirma o motociclista Bruno Caíque.

Um motorista que preferiu não se identificar também falou sobre o aumento e os impactos disso em seu trabalho. "Eu trabalho com atendimento a clientes e preciso que a gasolina esteja em um valor acessível para que eu possa concluir tudo. Quanto mais sobe, mais vou ter que desembolsar um dinheiro que não está previsto. Isso impacta na alimentação, na escola das crianças... Se o carro não for econômico, você é obrigado a colocar muito mais gasolina. Hoje estou gastando cerca de R$ 300 por semana, e a conta termina não fechando", diz.

O empresário Erick Nascimento também destacou os danos causados pelo aumento em seu negócio. "Cada vez mais complicado. Preciso do carro para comprar mercadoria em meu negócio, então dependo muito do carro. Com esse combustível aumentando, você termina rodando menos. A gente não está aguentando mais isso", falou.

Profissionais do trânsito, os motoristas de aplicativo também ficaram na bronca com o aumento do preço dos combustíveis.

"Essa questão dos combustíveis tem um impacto direto na nossa condição de trabalho. Primeiro que nós estamos com as tarifas defasadas há praticamente oito anos, e chegar em um cenário desse, que nós estamos praticamente em militância referente à questão da regulamentação trabalhista, essa PL que não prioriza o motorista em nada e ainda tem uma um aumento no custo fixo”, dispara Vick Lessa, presidente da Coopmap (Cooperativa mista de motoristas e mototaxista por aplicativo da Bahia), em entrevista ao Portal Massa!.

"A média do quilômetro rodado para as corridas por aplicativos não está passando de R$1,20, e você pegar um litro de combustível de gasolina acima de R$ 6 é insustentável. Um aumento desse, com certeza, vai diminuir o número de carros por aplicativos rodando em Salvador”, concluiu.

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Tags:

acelen conflitos Geopolítica Israel preços Sindicombustíveis

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