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'Baianas' Muquiranas festejam seus 50 anos

Publicado sábado, 14 de fevereiro de 2015 às 22:04 h | Atualizado em 14/02/2015, 22:06 | Autor: Paula Janay Alves
As Muquiranas
As Muquiranas -

Com a avenida tomada pelo branco das baianas travestidas, muita pistola d'água e perfumes borrifados no público, As Muquiranas abriram ontem a comemoração dos 50 anos do bloco, em seu primeiro dia de desfile, no Campo Grande. Xanddy, da banda Harmonia do Samba, puxou o grito tradicional "Uh, é Muquiranas".

A fantasia deste ano homenageia as baianas de acarajé. A baianinha, símbolo do bloco em 2015, e a frase "Desde 2006, para sempre" se transformaram em tatuagem na perna do folião Leandro Mascarenhas, 28, corretor de seguros. Ele sai no bloco há nove anos.

Leandro levou uma panela com massa de acarajé pendurada no pescoço. "Vou descer o circuito batendo a massa. Já tem uma baiana de acarajé me esperando na avenida Sete para fritar".

O empresário Lucas Zanone e a esposa, Sonisley Zanone, levaram a filhinha de 1 ano, todos fantasiados de baiana de acarajé. "Quando boto a fantasia em casa, já começa a festa. E quando a tiro, ainda sou Muquirana", diz Zanone.

Fantasia

De blusinha branca e saia curta, os homens exibiram a barriga e não economizaram nos adereços. Além do colar, pulseiras e turbante do abadá, não faltaram potes de barro, água de cheiro e acarajé.

Carregando um tabuleiro feito de biscuit, com pote de barros, acarajé e cocadas, o folião Valter Santos gastou mais de R$ 340 para completar a fantasia. Para se associar ao bloco, esperou dois anos na fila. Desde então, sai todos os anos. Para ele, as fantasias e as brincadeiras são uma homenagem às mulheres. "Os homens aqui respeitam a dignidade da mulher. Infelizmente, alguns não respeitam e não deveriam fazer parte do nosso grupo", afirma Santos.

Acompanhado do filho, Ivan dos Santos Jesus, de 35 anos, investiu em brincos, colares e em uma maquiagem elaborada. Para completar o visual, um pote de barro com flores para "lavar a avenida". Com um cesto de pipoca na mão, Jairo Teles, 35, diz que sempre sai nos três dias, há nove anos: "A pipoca é para jogar nas meninas e para tirar mau olhado e desejar paz".

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