Ferbasa tenta reverter busca e apreensão e sofre nova derrota

O juiz da Vara Cível de Pojuca, André de Souza Dantas Vieira, conforme A TARDE noticiou, proferiu sentença na ação cautelar Nº 0000819.84.2012.8.05.0200, ajuizada pelo herdeiro de José Carvalho, fundador do conglomerado societário do Grupo Ferbasa, determinando a busca e apreensão de documentos solicitados pelo herdeiro, José Eduardo Cabral de Carvalho, que comprovariam seus direitos sobre o patrimônio atualmente detido pelo grupo.

Acompanhando o caso com exclusividade, o jornal A TARDE verificou na manhã desta quinta-feira, 24, que tanto a Ferbasa como a Fundação José Carvalho buscaram reverter a decisão tomada pelo judiciário, sob o principal argumento de que o Ministério Público Estadual (MP-BA) deveria ter se manifestado no processo.

Sem sucesso, todavia, ainda na data de hoje, o juiz não acatou os argumentos e manteve a decisão, determinando a continuidade do cumprimento dos mandados de busca e apreensão, sob o argumento de que "É desnecessária a participação prévia [DO MP], em opinativo de natureza cautelar", afirmou o magistrado.

Ao que tudo indica, pelas movimentações verificadas no Foro de Pojuca, o cumprimento da busca e apreensão está sendo concluída hoje, mas a Ferbasa tenta novamente reverter a decisão por meio de apelação ao Tribunal de Justiça.

Temor no mercado

Dois fatores vem causando temor aos acionistas da empresa, que é de capital aberta na B3 (bolsa de valores). O primeiro é a rapidez com que os réus tentam impedir o acesso aos documentos. “Se o prazo de apelação é de quinze dias uteis, é algo no mínimo estranho todo esse açodamento da Ferbasa em impedir o mero acesso à documentação solicitada pelo juízo”, afirmou reservadamente um novo advogado que passou a acompanhar a causa em caráter consultivo.

O segundo fator que pode ensejar uma queda do preço das ações é justamente o acesso aos documentos e a desorganização dos arquivos da empresa. Isso porque, durante o cumprimento das buscas na manhã de hoje, o oficial de justiça, em algumas dependências da empresa, se deparou com um cenário de caos. O mesmo advogado teve acesso a algumas imagens do arquivo onde seriam coletados os documentos e disse que a imagem é estarrecedora. “É inimaginável que uma Fundação como a José Carvalho, possua um arquivo tão bagunçado como o que vimos”, afirmou.

Ainda segundo pessoas que acompanham o caso, a apelação apresentada pela Ferbasa será apreciada pelo desembargador Manuel Bahia, do Tribunal de Justica da Bahia. A TARDE tentou, sem sucesso, obter informações junto à Ferbasa até o fechamento dessa edição.