OUTUBRO ROSA
Histórias de superação inspiram mulheres com câncer de mama
Período de intensificação de campanhas e mutirões de exames estimulam o cuidado com a saúde
Por Gabriel Vintina*
Além do período dedicado à conscientização sobre o câncer de mama, no Outubro Rosa acontece a intensificação das campanhas que incentivam a realização de mamografias e celebra a resiliência de pacientes que enfrentaram a doença e agora compartilham experiências para encorajar outras mulheres.
Maria da Conceição, 55 anos, dona de casa, é uma dessas mulheres. Após descobrir um tumor aos 38 anos, passou por uma mastectomia. "Para mim, a pior parte foi sair do hospital com o dreno e sem a mama". Hoje, com a mama reconstruída, Maria se dedica a apoiar outras mulheres. "Eu sou prova de que o câncer tem cura. Participo de palestras e sempre digo: 'Se toquem, se cuidem, se amem'".
Segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca), o câncer de mama é o tipo mais incidente entre as mulheres em todo o mundo. No Brasil, para cada ano do triênio 2023-2025, o Inca estima 73.610 novos casos anualmente. Na Bahia, o cenário não é diferente, 4.230 mulheres devem ser diagnosticadas por ano.
"A mamografia é o método de imagem que reduz significativamente a mortalidade por câncer de mama", afirma a mastologista Ana Cláudia Imbassahy, chefe do Serviço de Mastologia do Hospital Aristides Maltez. Ela explica que é crucial atenção para sinais como nódulos, retração de pele e secreção em um dos mamilos.
Atenta
Jocelina Santos, 60 anos, aposentada, conta que não hesitou diante do alerta. "Procurei ajuda assim que percebi o nódulo. A maioria tem medo ou vergonha de procurar o médico, de falar com a família, porque já pensa que vai morrer".
Diagnosticada em 2006, ela enfrentou a doença com uma mentalidade positiva. "Eu decidi que não ia morrer. Eu queria viver e, por isso, aceitei todo o processo. Minha história não acaba aqui, tenho muito a contar. Mesmo quando chegava em casa após o tratamento e ficava dois dias de cama, logo estava de pé, sorrindo, cheia de vontade de viver", conta.
Outra paciente que recorreu à ajuda de imediato, logo após a identificação de uma anormalidade, foi Maria de Lourdes, aposentada de 68 anos. "Descobri quando estava em casa, passando as mãos nos seios, e notei um caroço. Comentei com meu filho e ele me disse para procurar um médico. Fui para o Hospital Irmã Dulce. Há dois anos fiz a cirurgia, quimioterapia e radioterapia".
Ela relata que a fé a ajudou a manter a esperança. "Meu pai passou por isso quando eu ainda era menina. Eu não perdi a fé em Deus. Alguns que são mais novos do que eu já partiram, mas sempre mantive a força, sem perder a esperança, confiante de que ficaria boa", conta.
A médica Ana Cláudia reforça a importância de estar atenta aos sinais do corpo. "Se uma mulher perceber um caroço duro e irregular, saída de líquido do mamilo, especialmente se for sanguinolento ou transparente e sair de apenas uma mama, nódulos duros na axila, retração ou alteração na pele da mama, como aparência de casca de laranja, ela deve procurar atendimento médico. Podem indicar câncer de mama", explica.
Atendimento gratuito
Hospital Aristides Maltez (HAM)
Mutirão de Câncer de Mama, dia 5 de outubro, com inscrição até o dia
3 de outubro, pelo telefone (71) 3357-8531. Mamografia e atendimento a mulheres com suspeita de câncer de mama
Arena Fonte Nova
A partir de hoje, com mamografias e exames preventivos. Agendamento pelo site outubrorosa.saude.ba.gov.br
Policlínicas Regionais de Saúde
Durante o mês de outubro, em diversas cidades da Bahia
Lauro de Freitas
Ônibus da Saúde, dia 11 de outubro, em Unidades de Saúde da Família, iniciando na USF Jardim Tarumã, Itinga, com exames de mamografia, palestras e orientações sobre autoexame
*Sob a supervisão da editora Meire Oliveira
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