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Marinha vai investigar naufrágio

Publicado quinta-feira, 24 de agosto de 2017 às 23:31 h | Atualizado em 21/01/2021, 00:00 | Autor: Luana Almeida
Área em que a embarcação se acidentou tem muitas pedras
Área em que a embarcação se acidentou tem muitas pedras -

A Marinha informou que será instaurado inquérito administrativo para apurar causas, circunstâncias e responsabilidades do naufrágio da lancha Cavalo Marinho I, nesta quinta-feira, 24, durante travessia Mar Grande-Salvador. A previsão é que a investigação seja iniciada nos próximos dias.

O Ministério Público do Estado da Bahia (MP-BA) designou um promotor de justiça para acompanhar a apuração. Em 2014, o MP-BA já havia pedido reforma dos terminais e das embarcações, renovação dos coletes salva-vidas e aplicação de medidas de segurança dos usuários.

As três entidades que regulam e fiscalizam o transporte marítimo na Baía de Todos-os-Santos asseguraram que a lancha Cavalo Marinho I cumpria todas as exigências necessárias para navegação.

A embarcação havia sido vistoriada há cerca de seis meses pela Capitania dos Portos e pela Associação dos Transportadores Marítimos da Bahia (Astramab) e liberada para operação pela Agência Estadual de Regulação de Serviços Públicos de Energia, Transportes e Comunicações da Bahia (Agerba).

De acordo com os órgãos, a lancha estava com certificado de segurança no prazo de validade e não excedia o número de passageiros. A embarcação tinha capacidade para 162 pessoas e, no momento do acidente, transportava 120 passageiros e quatro tripulantes.

A segurança da Cavalo Marinho I, no entanto, era questionada por quem utilizava o serviço diariamente. A aposentada Delzuita Lima Bittencourt, 63, que reside em Vera Cruz, contou que evitava fazer a travessia na lancha.

“A estrutura era ruim, preferia esperar por outra e viajar tranquila. Só usava em último caso, quando precisava chegar em Salvador muito rápido”, disse.

O vendedor Luís Carlos Santana, 49, contou que também não se sentia seguro quando utilizava a embarcação. “Era uma lancha velha, que sacudia demais durante a travessia. Sempre que embarcava nela, imaginava que um acidente pudesse ocorrer a qualquer momento”, afirmou.

Imagem ilustrativa da imagem Marinha vai investigar naufrágio

Proprietário

A lancha Cavalo Marinho I está registrada em nome da empresa CL Transporte Marítimo, pertencente a Lívio Garcia Galvão Júnior, vice-presidente da Astramab.

A TARDE tentou contato com a CL Transporte, com o proprietário e com o advogado dele, mas, até a publicação desta reportagem, não obteve retorno.

A empresa também é dona de outra embarcação que realiza a travessia Mar Grande-Salvador, a Cavalo Marinho II, primeira lancha acionada para prestar socorro às vítimas do acidente.

As duas lanchas fazem parte da frota composta por oito embarcações concedidas à Agerba para realizar o serviço que atende, diariamente, cerca de quatro mil passageiros. As demais são de propriedade da empresa Vera Cruz.

De acordo com o presidente da Astramab, Jacinto Chagas, as oito embarcações são vistoriadas regularmente para avaliação das condições de navegabilidade.

“Foi uma fatalidade. Não havia motivo aparente para que o acidente acontecesse. Somente depois das investigações poderemos apontar uma causa”, disse.

Segundo o diretor da Agerba, Eduardo Pessoa, esse foi o primeiro acidente envolvendo as lanchas que realizam a travessia Mar Grande-Salvador.

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