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Petroleiros fazem ato contra demissões na Refinaria de Mataripe

Presidente da Federação Única dos Petroleiros (FUP), Deyvid Bacelar falou sobre ato e paralisação

Publicado quarta-feira, 06 de março de 2024 às 11:15 h | Atualizado em 06/03/2024, 20:40 | Autor: Da Redação
Deyvid Bacelar é presidente da FUP
Deyvid Bacelar é presidente da FUP -

Os trabalhadores da Acelen, na antiga Refinaria Landulpho Alves (RLAM), localizada em São Francisco do Conde, a 80 quilômetros de Salvador, paralisaram suas atividades nesta quarta-feira, 6, e realizaram um ato no Trevo da Resistência, que dá acesso à refinaria, em Mataripe, por conta de demissões na unidade.

De acordo com Deyvid Bacelar, coordenador geral da Federação Única dos Petroleiros (FUP), após o anúncio de que a Petrobras terá novamente o controle acionário da refinaria, feito pelo presidente da Petrobras Jean Paul Prates, a Acelen iniciou um processo de demissão em massa na empresa.

Nesta quarta-feira, mais de 1200 trabalhadores e trabalhadoras da Acelen, entre contratados e terceirizados, participaram do ato, organizado pela FUP, pelo Sindipetro-Bahia e pelo Sindicato dos Trabalhadores na Construção Civil, Montagem e Manutenção Industrial (Siticcan).

"O ato teve uma forte participação dos trabalhadores e trabalhadoras que não adentraram a refinaria desde às 6h15. Por conta justamente dessa força da classe trabalhadora, nós conseguimos arrancar uma reunião da diretoria de RH da Acelen com uma comissão do Sindipetro Bahia e do Siticcan [Sindicato dos Trabalhadores na Construção Civil, Montagem e Manutenção Industrial], para nós discutirmos justamente essas demissões", disse Deyvid Bacelar.

Foram demitidos em torno 150 trabalhadores, sendo 30 funcionários próprios da Acelen e 120 terceirizados.

“É inadmissível que tenhamos trabalhadores demitidos e perda de postos de trabalho, justamente nesse momento em que se abre um novo horizonte para a economia do estado”, aponta o coordenador da FUP.

Bacelar ainda destacou que o 'novo negócio', já divulgado, indica uma parceria entre o Fundo Mubadala e a Petrobras, envolvendo a refinaria e seus três terminais terrestres, o Terminal Marítimo de Madre de Deus e 700 quilômetros de dutos que interligam esse sistema, além da construção de uma biorrefinaria, que já havia sido anunciada pelo Fundo Mubadala.

"Se há todo esse potencial, por que estão demitindo esses trabalhadores que foram qualificados ao longo de 15, 20 anos? A luta do sindicato é pela preservação desses empregos, que geram renda não somente para essas pessoas e suas famílias. A refinaria é responsável por mais de 20 por cento do ICMS da Bahia, é a maior indústria do Norte Nordeste do país”, frisou.

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