PATRIMÔNIO
Projeto recupera 10 terreiros para estimular o turismo religioso
Agô Bahia valoriza religiosidade de matiz africana, considerada patrimônio cultural
Por Mayara Fernandes*
Os terreiros de matriz africana ganharam mais um incentivo de valorização da religiosidade afro-brasileira. O projeto Agô Bahia, promovido pela Secretaria de Turismo do Estado (Setur-BA) é voltado para o incremento do turismo religioso de matriz africana e conta com um investimento de R$ 268,5 mil para a recuperação de dez terreiros de candomblé, sendo nove em Salvador; e um templo, em Camaçari.
Na última terça-feira, representantes da Secretaria de Turismo assinaram a ordem de serviço para a recuperação dos terreiros junto com as respectivas autoridades religiosas. Foramcontemplados, em Salvador: Casa Branca, Gantois, Ilê Axé Opô Afonjá, Bate Folha, Zoogodô Bogum Malê Hundó, Ilê Maroialaji Alaketu, Ilê Axé Oxumaré, Ilê Asipá e Hunkpame Savalu Vodun Zo Xwe; e em Camaçari, o Manso Kilebemkueta Lemba Furamon.
Durante o ato, foram entregues certificados de capacitação a integrantes dos templos beneficiados, que participaram de cursos da Setur-BA sobre atendimento turístico.
O secretário de turismo, Maurício Bacelar destacou que a intenção do programa é gerar mais informação ao turista sobre as religiões de matriz africanas e desmistificar o acesso a elas : “ Formamos uma comissão com as três nações de candomblé da Bahia, Ketu, Angola e Jeje a fim de criar um termo comum de como implementar o projeto de visitação dos terreiros. Um ponto fundamental é a criação de uma cartilha de comportamento para visitante dentro do terreiro, abordando questões como comida, vestimenta, fotografia e afins. O investimento da secretaria é para fazer adequações físicas dentro dos terreiros para as visitações e gerar mais estrutura para o terreiro e para quem chega. A ideia é gerar a diversificação da oferta turística da Bahia, promovendo os terreiros como patrimônio cultural, tão importante quanto outras manifestações religiosas”, destacou.
Cícero Franco ou Tata Muguanx, líder espiritual do terreiro Bate Folha localizado no bairro da Mata Escura e com 107 anos de existência, destacou as colaborações do projeto para o terreiro e comunidade religiosa :“Nós sempre recebemos turistas que muitas vezes chegam com roupas inadequadas, como bermuda ou roupa preta, tiram fotografias indevidas e outras questões. O projeto Agô Bahia ajuda tanto na importância do fomento às religiões de matriz africana, quanto na requalificação do terreiro, mas sobretudo na instrução para quem chega, pois é importante saber se comportar no ambiente religioso, para que a experiência seja a melhor possível”, comentou.
*Sob a supervisão do jornalista Luiz Lasserre
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