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EXTREMISMO

Psiquiatra analisa atos de violência cometidos por adolescentes

Ontem, um jovem de 14 anos abriu fogo e matou uma pessoa em um colégio de Barreiras

Daniel Genonadio

Por Daniel Genonadio

27/09/2022 - 8:17 h | Atualizada em 27/09/2022 - 10:49

Na última segunda-feira, 26, a população baiana acordou com a notícia de uma invasão a uma escola em Barreiras, no Oeste do estado, que culminou na morte de uma estudante cadeirante. Mais tarde foi anunciado que o autor do crime foi um adolescente de 14 anos, também aluno matriculado no colégio, que pulou o muro armado e abriu fogo contra os estudantes.

Em fóruns, foram encontradas diversas publicações do adolescente e um manifesto escrito dias antes dele cometer o crime contra os colegas. Em um plano de massacre postado num perfil extremista, o jovem se identificava como um "ser iluminado" cuja ira seria descarregada em "um ato sanguinolento".

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"A gente não consegue dar um diagnóstico, mas o que o percebemos é que existia um planejamento, uma raiva, uma insatisfação. É um rapaz de 14 anos e muitas vezes o que chama a atenção são atitudes isoladas. Precisa chegar perto, ver o que o adolescente está sentindo, verificar que tipo de conteúdo ele está consumindo na internet, o que os colegas estão dizendo. São sinais que podem chamar a atenção para algum problema psicológico e psiquiátrico", falou a psiquiatra Livia Castelo Branco, em entrevista ao Isso é Bahia, da rádio A TARDE FM, nesta terça-feira, 27.

Nos tuítes do estudante, ele fala do ódio à escola, onde passou a estudar quando se mudou para Barreiras. Ele morava em Brasília, com seu pai, que é policial, o que pode ter facilitado o seu acesso a armas. "Saí da capital do Brasil para o merdeste, e nunca pensei que aqui fosse tão repugnante. Lésbicas, gays e marginais aos montes acham que são dignos de me conhecer e de conhecer minha santidade. Os farei clamar pela minha misericórdia, sentirão a ira divina".

"Existe uma cultura. Se o adolescente, o jovem é criado em um ambiente em que as armas são naturais, ele vai ter um acesso, vai lidar com isso de forma natural e isso aumento os casos de acidente. É uma discussão da sociedade como um todo. Como psiquiatra eu digo que o acesso a armas facilita muito. Para pessoas mais agressivas, com alguma questão psiquiátrica, isso pode aumentar casos de violência", explicou a especialista.

De acordo com Lívia Castelo Branco, o ideal é observar os adolescentes e oferecer uma escuta, uma conversa, para que eles possam verbalizar o que estão pensando e sentindo.

"Primeira coisa a se fazer é conversar. Sabe aquele familiar que você acha esquisito e mal fala com ele? Aquele aluno muito quieto e que ninguém quer chegar perto? Esse tipo de pessoa, a gente precisa conversar, entender o que a pessoa pensa, como está o ambiente na sua casa. Não tem como diagnosticar ou prever sem um acompanhamento profissional especifico, mas a partir da escuta dá para sentir se é uma pessoa que está em sofrimento, pensando em fazer alguma coisa. É muito mais da observação da sutileza", disse.

O caso

O atirador que abriu fogo na Escola Municipal Eurides Sant'Anna, em Barreiras, no Extremo Oeste da Bahia, por volta das 7h20 desta segunda-feira, 26, foi identificado como um adolescente matriculado no colégio, mas que não tinha presença constante. Ele foi identificado pelo prenome de Isaque. A unidade de ensino militarizada é gerida em parceria entre a Polícia Militar da Bahia e Prefeitura de Barreiras.

O ataque culminou na morte de uma cadeirante, identificada como Jeane Brito, de 19 anos, também estudante da escola. De acordo com a prefeitura de Barreiras, o atirador chegou ao local “trajando roupa preta, capuz e óculos escuros, portando uma arma de fogo tipo revólver e duas armas brancas”. Ele teria pulado o muro da escola para, então, dirigir-se à aluna cadeirante e fazer dois disparos. A jovem foi também “agredida com golpes de arma branca, vindo a óbito no local”.

Na tentativa de fuga, o autor dos disparos foi atingido por um tiro que partiu de uma outra pessoa, ainda não identificada, o que vai de encontro com a informação preliminar de que ele teria sido alvejado durante um confronto com a polícia.

O atirador foi socorrido e levado pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) a uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da cidade. Não há mais informações sobre o estado de saúde dele.

De acordo com a polícia, foram encontrados com o jovem um revólver calibre 38, duas armas brancas e um objeto que aparenta ser uma bomba caseira. O material foi apreendido. O caso está sendo investigado pela Polícia Civil.

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