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Sem proteção, forró pode virar “peça de museu”, diz sanfoneiro
Integrante da banda Fulô de Mandacaru, ele disse que os outros estilos musicais têm que se adaptar ao São João
![Artista pontuou que a banda tem uma luta importante, que é a Lei Luiz Gonzaga](https://cdn.atarde.com.br/img/Artigo-Destaque/1270000/1200x720/Sem-protecao-forro-pode-virar-peca-de-museu-diz-sa0127591600202406242259-ScaleDownProportional.webp?fallback=https%3A%2F%2Fcdn.atarde.com.br%2Fimg%2FArtigo-Destaque%2F1270000%2FSem-protecao-forro-pode-virar-peca-de-museu-diz-sa0127591600202406242259.jpg%3Fxid%3D6268289%26resize%3D1000%252C500%26t%3D1719865700&xid=6268289)
Sanfoneiro e porta-voz da banda Fulô de Mandacaru, Armandinho do Acordeon saiu em defesa do forró em coletiva de imprensa realizada durante o São João da Bahia. O grupo se apresenta no Largo do Pelourinho, em Salvador, na noite desta segunda-feira, 24.
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O artista pontuou que a banda tem uma luta importante, que é a Lei Luiz Gonzaga, a qual foi aprovada em junho de 2023 no Plenário da Câmara dos Deputados em regime de urgência. O projeto tem autoria de Armandinho e foi apresentado pelo deputado pernambucano Fernando Rodolfo (PL).
O projeto, que teve 278 votos a favor, 88 contra e quatro abstenções, prevê destinar 80% de recursos públicos para as festividades juninas em todo o território nacional, visando a valorização do forró, que em 2021 foi declarado Patrimônio Cultural do Brasil pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). “Nós tivemos a honra de sermos protagonistas da elaboração dessa lei”, disse o sanfoneiro.
Ainda de acordo com a proposta, os 20% restantes serão destinados a atrações de qualquer gênero musical, com o intuito de promover a diversidade cultural e artística das festividades do São João. Além da preservação da cultura popular nordestina, a Lei ainda tem como objetivos o estímulo ao turismo, o fomento à economia local e regional, valorização dos artistas e produtores culturais locais e fortalecimento do senso de pertencimento e identidade cultura.
Adaptação
Na ocasião, Armandinho pontuou ainda que os outros estilos musicais têm que se adaptar ao São João, não o forró. “O forró é a trilha sonora do São João. E, enquanto cultura, que é um direito social, o forró é patrimônio imaterial da cultura brasileira. A gente precisa entender, eu não posso gastar o dinheiro da educação com saúde, nem o da saúde com a educação. O dinheiro da cultura tem que ser gasto com cultura”, enfatizou.
Segundo Armandinho, “se o São João é o carro-chefe do patrimônio cultural brasileiro, nós temos que priorizar aquilo que está na lei”.
Por isso que a gente fez questão de trazer essa salvaguarda jurídica da legislação. Caso contrário, outros gêneros vão tomar conta e, daqui a pouco, a gente vai dizer que o forró virou peça de museu. Mas, enquanto existir o forrozeiro e a população que ama isso, vamos todos defender o forró.
Por fim, ele deixou claro que acha interessante que outros gêneros, como o sertanejo, se apresentem no São João, mas deixou um adendo: “que eles se adaptem também”.
“Chegou no Nordeste, porque não cantar ‘Olhar Pro Céu’ e ‘Asa Branca’? Eu aprendi que quando chegamos na casa dos outros a gente aprende a comer a comida que tem lá. Então, a gente tem que começar a se adaptar culturalmente e entender que, se aqui é o maior mercado, economicamente falando, para eles, é necessário entender que a nossa essência é, genuinamente, forrozeira”, completou.
O Grupo A TARDE está transmitindo a festa ao vivo, em todos os circuitos, no canal do YouTube A TARDE Play. Assista:
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