MELHORIAS
Saúde mental tem mais R$ 3,2 mi na Bahia
Recurso liberado pelo Ministério da Saúde ampliará rede de serviços de saúde mental do SUS no estado
O sistema de saúde Mental da Bahia ganha um novo impulso com a liberação de R$ 3,2 milhões pelo Ministério da Saúde. Este investimento, alinhado à estratégia nacional de ampliação da Rede de Atenção Psicossocial (RAPS), permitirá a habilitação de novos serviços voltados ao cuidado de pessoas em sofrimento psíquico e àquelas com necessidades relacionadas ao uso prejudicial de álcool e outras drogas, atendendo a essas demandas no Sistema Único de Saúde (SUS).
Segundo o Ministério da Saúde, a Bahia ampliará sua rede de serviços de saúde mental com a criação de seis novos Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) e dois Serviços Residenciais Terapêuticos. O recurso faz parte do reforço anual de R$ 383 milhões no orçamento da RAPS, anunciado pelo Ministério da Saúde para aumentar o financiamento dos CAPS e das Residências Terapêuticas em todo o Brasil, após uma década sem atualização dos valores de custeio.
“Esses valores são aplicados diretamente no funcionamento dos CAPS e Serviços Residenciais Terapêuticos, cobrindo despesas de manutenção e contratação de equipes multiprofissionais. Em média, cada CAPS atende cerca de 400 pacientes, e a estimativa com os seis novos centros é ampliar o atendimento para aproximadamente 2.400 novos usuários”, explica o Ministério da Saúde em nota.
Acesso aos serviços
O governo federal tem atuado para expandir o acesso da população aos serviços de atenção psicossocial, priorizando políticas centradas nos direitos humanos e no cuidado em liberdade. A ministra da Saúde, Nísia Trindade, destacou a importância da medida proposta nas redes sociais. “É uma medida essencial para garantir a qualidade do atendimento público no SUS”. Os recursos, transferidos diretamente do Fundo Nacional de Saúde (FNS) para os Fundos Municipais de Saúde, dependem de propostas municipais submetidas e aprovadas via Sistema de Apoio à Implementação de Políticas de Saúde (SAIPS), conforme informado pela pasta.
Para o presidente do Conselho Estadual de Saúde da Bahia, Marcos Gêmeos, os recursos chegam em um momento crucial. “A verba vem não só para fortalecer a rede CAPS, mas também a RAPS, possibilitando que municípios com redes mais frágeis consigam ampliar o atendimento à população. Este é um passo essencial para garantir um atendimento de saúde mental que cubra todo o estado”.
Na capital
Em Salvador, o fortalecimento da Rede de Atenção Psicossocial (RAPS) visa expandir os atendimentos nos CAPS e aprimorar as residências terapêuticas, oferecendo mais suportes aos usuários e reduzindo filas de espera. A cidade possui uma estrutura consolidada de CAPS, com 20 unidades que atendem crianças, adolescentes e adultos, inclusive o CAPS AD III, que funciona 24 horas para usuários de álcool e outras drogas.
Alessandra Tranquilli, subcoordenadora de Saúde Mental de Salvador, explicou que os serviços de saúde mental no município oferecem uma clínica ampliada, com atividades de reabilitação social, a exemplo de grupos terapêuticos e oficinas de arte, promovendo um cuidado humanizado. “Esses serviços são substitutivos aos hospitais psiquiátricos, pois oferecem cuidado em liberdade, estando inseridos nas comunidades para atender de forma humanizada”, afirmou.
Sofrimento psíquico
A procura pelos serviços de saúde mental tem aumentado, reflexo da maior conscientização da população sobre a importância desses cuidados, especialmente após a pandemia. Alessandra observou que o aumento de casos de sofrimento psíquico motivou uma demanda crescente nos CAPS, reforçada pelo maior acesso e pela redução do estigma em torno da saúde mental.
O novo aporte permitirá melhorias significativas, como a contratação de mais profissionais, incluindo psicólogos, psiquiatras e terapeutas ocupacionais, além de investimentos em estruturas físicas. Para a população, isso significa mais acesso, menos filas e um atendimento regionalizado e próximo de suas comunidades. Em Salvador, já é possível projetar o uso desses recursos. “A gente tem um projeto de transformar alguns CAPS II em CAPS III, investir nas equipes itinerantes e incrementar o atendimento à infância e ao uso de álcool e outras drogas”, contou Alessandra.
O Conselho Estadual de Saúde acompanha a aplicação dos novos recursos para garantir o uso correto em benefício da população. "Além de fortalecer as equipes e construir novas unidades, é essencial garantir o acesso à saúde mental para toda a população, desde a atenção primária até os serviços de média e alta complexidade", afirma Marcos Gêmeos.
Compartilhe essa notícia com seus amigos
Cidadão Repórter
Contribua para o portal com vídeos, áudios e textos sobre o que está acontecendo em seu bairro