POLÍCIA
SD Corrêa é comparado a SD Wesley após rumores de problemas psicológicos
O soldado e influenciador digital Corrêa teve sua prisão decretada por 30 dias pela Polícia Militar da Bahia
Por Da Redação
O soldado e influenciador digital Corrêa teve sua prisão decretada por 30 dias pela Polícia Militar da Bahia. A decisão foi tomada após o policial fazer declarações controversas em um podcast, onde afirmou: "se alguém mexer com minha família, que se f*da a lei."
Em nota oficial, a Polícia Militar da Bahia esclareceu que a prisão foi motivada por ações que violam o código de conduta militar. Entre os comportamentos apontados, está a apologia à letalidade policial sob o pretexto de defesa familiar.
A corporação reforçou que o discurso de Corrêa é incompatível com os princípios da instituição, que preza pela preservação da ordem, do respeito às leis e pela proteção de todos, dentro dos limites legais.
Após o anúncio da punição e o enquartelamento do soldado, rumores de que Corrêa estaria enfrentando problemas psicológicos começaram a circular nas redes sociais. Esses boatos reacenderam debates e comparações com o caso de Wesley Soares Goés, outro policial militar da Bahia que, em março de 2021, sofreu um surto psicótico e acabou morto a tiros por colegas de farda no Farol da Barra, em Salvador. Na época, Wesley, armado e fardado, demonstrava comportamentos descontrolados.
Nas redes sociais, internautas passaram a traçar paralelos entre os dois casos. Comentários como "Agora vocês percebem como é o sistema? Lembra do soldado Wesley?" começaram a surgir. Outro usuário escreveu: "Mataram PM na Barra e agora vão matar dentro do batalhão". Um terceiro internauta comentou: "Me lembrei do soldado Wesley, não sei por quê", ecoando o sentimento de déjà-vu em relação ao trágico incidente de 2021.
Caso Soldado Wesley
Em 28 de março de 2021, o soldado Wesley Soares Góes, de 38 anos, foi o protagonista de uma tragédia que abalou a Polícia Militar da Bahia e a sociedade. O incidente ocorreu no Farol da Barra, em Salvador, durante um surto psicótico que culminou em uma série de eventos dramáticos e violentos.
O Incidente
A situação começou por volta das 14h, quando Wesley, armado com um fuzil e uma pistola, chegou ao local após uma perseguição policial. Em meio a um surto, ele disparou tiros para o alto e, em seguida, direcionou sua arma contra os colegas de farda que cercavam a área. Durante três horas e meia de negociações, as tentativas de convencê-lo a se render falharam. Às 18h35, em um ato desesperado, Wesley iniciou uma contagem e disparou com um fuzil calibre 5,56 contra os agentes do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope). A resposta foi imediata: o soldado foi alvejado por pelo menos dez tiros.
Apesar de ser socorrido ao Hospital Geral do Estado (HGE), Wesley não resistiu aos ferimentos e faleceu.
Enterro e Protestos
O enterro de Wesley ocorreu no dia seguinte, 29 de março, em Itabuna, distante 426 km de Salvador. O funeral foi marcado por um clima de luto e indignação. No mesmo dia, comerciantes e policiais realizaram um protesto no Farol da Barra, clamando por justiça e reflexão sobre a situação do policial.
O comerciante Carlos Bastos, vestido de policial e pintado com as cores da bandeira do Brasil, leu frases ditas por Wesley durante as negociações. Em um vídeo publicado nas redes sociais, o governador Rui Costa lamentou a tragédia e defendeu a atuação da polícia, embora muitos questionassem se a situação poderia ter sido evitada.
Reconstituição do Crime
Em 26 de junho de 2021, a Corregedoria Geral da Polícia Militar realizou uma reconstituição do caso para investigar as circunstâncias em que Wesley foi morto. A ação visava esclarecer os detalhes do incidente e determinar responsabilidades. A reprodução simulada foi um passo importante para entender a dinâmica da operação e avaliar se as medidas tomadas pela polícia foram adequadas.
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