LUTO
Tragédia na BR-324: psicóloga orienta como ressignificar a dor
Ela comentou sobre o acidente que vitimou 25 pessoas no norte da Bahia
O acidente que chocou a Bahia e aconteceu no km 381 da BR - 324, entre os municípios de Nova Fátima e Gavião, deixou os moradores e a cidade em luto. A batida envolvendo um micro-ônibus e um caminhão deixou 25 pessoas mortas. As vítimas eram naturais da cidade de Jacobina, no Centro Norte da Chapada Diamantina, e voltavam de uma excursão turística de Guarajuba, no litoral baiano. A cidade decretou luto oficial de três dias.
Em conversa com a equipe do Portal A TARDE, o taxista Adailton Ferreira Lopes, que faz transporte há 20 anos, relatou que nunca viu uma situação parecida com essa em todo esse tempo que mora no município. Segundo ele, para quem roda sempre na estrada "a dor é maior".
Lopes disse que duas pessoas próximas faleceram, dentre eles um casal. Ainda de acordo com o taxista, o trecho não é tão perigoso, mas ele acredita que a alta velocidade tenha contribuído para a tragédia. "Um lado ou outro falhou", contou. Ele detalhou ainda que a cidade está parada e a população está bastante abatida. "O comércio fechou, a cidade está um deserto", detalhou Adailton.
Uma outra moradora do distrito Paraíso, Paula Dantas, onde moravam quatro vítimas do acidente, contou ao Portal A TARDE que a localidade está muito triste. "Estamos muito abalados porque eram pessoas conhecidas e nunca vimos um acidente dessa forma. Tudo muito chocante. Algumas lojas estão fechadas, mas nós precisamos nos apegar a Deus porque ele sempre tem um propósito, mesmo em uma situação difícil como essa", disse.
A psicóloga e professora universitária, Laisa Aquino Martins frisou que a cidade está em estado de comoção por ter sido uma tragédia onde morreram pessoas jovens e que, em relação ao luto vivido pelos familiares, as situações precisam ser tratadas de forma individual.
“Cada ser humano é único, ele vive as situações de forma única a exemplo da perda de algo ou alguém. Por isso, é muito importante o processo da escuta para que a pessoa entenda que a dor e o sofrimento precisam ser temporários e não podem se tornar algo patológico”, afirmou.
A psicóloga reforçou ainda que a cultura ocidental possui tabus ao falar sobre a morte, o que segundo ela, é algo cultural. “A morte faz parte da vida e a cultura ocidental esquece disso”, lembrou a profissional. Ainda segundo a psicóloga, a escuta ativa e a ressignificação da dor são de extrema importância para haver uma transformação do sentido de um episódio trágico.
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