Ana Paula Valadão é condenada a pagar multa por associar Aids a LGBTs | A TARDE
Atarde > Brasil

Ana Paula Valadão é condenada a pagar multa por associar Aids a LGBTs

Cantora evangélica terá que pagar R$ 25 mil; medida ainda cabe recurso

Publicado sábado, 27 de abril de 2024 às 11:01 h | Autor: Da Redação
Ana Paula Valadão é condenada por fala homofobica
Ana Paula Valadão é condenada por fala homofobica -

A cantora gospel Ana Paula Valadão foi condenada a pagar uma multa no valor de R$ 25 mil por um discurso homofóbico, onde associava a Síndrome da Imunodeficiência Adquirida, a AIDs, a pessoas LGBTQIAPN+. A decisão foi tomada pela Justiça nesta sexta-feira, 26. A ação, que foi protocolada pela Aliança Nacional LGBTI+, ainda cabe recurso. 

A fala ocorreu durante um congresso cristão, em 2016, onde a pastora disse não achar normal as relações homoafetivas. Em continuidade, Ana Paulo disse que a "união sexual entre dois homens causa uma enfermidade que leva à morte". 

"Deus criou o homem e a mulher e é assim que nós cremos. (...) Taí a Aids para mostrar que a união sexual entre dois homens causa uma enfermidade que leva à morte, contamina as mulheres, enfim… Não é o ideal de Deus”, disse a cantora. 

Leia também: 

Entenda o que é câncer inguinal, doença que causou a morte de Anderson

É MEI? Veja o que fazer depois da regulamentação da reforma tributária

Assim, por causa da fala homofóbica e não conclusiva, o juiz de direito Hilmar Castelo Branco Raposo Filho, do Distrito Federal, condenou a religiosa, que, segundo o mesmo, ofereceu dano moral coletivo. Além disso, destacou a injusta associação da doença às pessoas homoafetivas. 

“Foi revivida para toda uma parcela da população a injusta e superada pecha da culpa pelo surgimento e propagação de uma doença terrível, situação que macula interesses coletivos fundamentais”, afirmou o magistrado.

Em nota, foi garantido que o valor descontado da cantora será destinado à defesa e interesses da população ofendida. 

"A compensação deverá ser depositada a bem de fundo apontado pelo MPDFT, cuja atuação seja voltada à defesa dos interesses da população LGBTI+"

Após a decisão, Ana Paula Valadão se pronunciou, afirmando que apenas exerceu o “legítimo da liberdade de expressão e religiosa”.

Publicações relacionadas