Brasil derruba milhares de sites ilegais de apostas em menos de um ano

Desde a regulamentação do mercado de apostas de quota fixa, o Brasil vem intensificando o cerco contra operadores clandestinos. Entre outubro de 2024 e julho de 2025, a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) retirou do ar mais de 18 mil páginas ligadas a empresas que atuavam sem autorização. Só no primeiro semestre de funcionamento do setor regulado, 15 mil domínios foram bloqueados.

Atualmente, 78 empresas receberam aval oficial para operar no país, enquanto a Secretaria de Prêmios e Apostas (SPA), vinculada ao Ministério da Fazenda, concentra esforços em estratégias para reduzir a presença de sites irregulares. Desde 9 de outubro de 2024, a SPA mantém um Acordo de Cooperação Técnica (ACT) com a Anatel, o que acelerou a retirada de páginas ilegais da internet.

Além do bloqueio de sites

Especialistas do setor reconhecem que desativar domínios é necessário, mas insuficiente, já que companhias não autorizadas rapidamente criam novos endereços virtuais. Por isso, a SPA estruturou três linhas principais de atuação:

• Retirada de sites clandestinos, em parceria com a Anatel;
• Interrupção do fluxo financeiro dessas plataformas, incluindo envio de informações suspeitas à Polícia Federal e ao Banco Central;
• Fiscalização da publicidade, com apoio de grandes empresas de tecnologia no Conselho Digital do Brasil.
• Ações contra o dinheiro irregular

O rastreamento de movimentações financeiras tem mostrado resultados. Nos primeiros seis meses do mercado regulado, 24 instituições financeiras e de pagamento comunicaram 277 operações suspeitas e encerraram 255 contas de pessoas físicas e jurídicas envolvidas em apostas ilegais. No mesmo período, 13 instituições de pagamento foram notificadas pela SPA, resultando no fechamento de mais 45 contas de empresas não autorizadas.

Mercado legal em expansão

Enquanto o combate à ilegalidade avança, o setor regulamentado registra movimentação expressiva. O chamado gross gaming revenue (GGR) — receita bruta das casas autorizadas, calculada pelo total apostado menos os prêmios pagos — alcançou R$ 17,4 bilhões apenas no primeiro semestre de 2025. O gasto médio de cada apostador ativo foi estimado em R$ 983 no período, equivalente a R$ 164 mensais.