POLÍCIA
Câmera corporal em policiais reduz violência de agentes
Estados já começam a adotar a medida, que resultou em menores índices de violência policial
Os estados brasileiros parecem ter encontrado uma alternativa para combater a letalidade policial: as câmeras nos uniformes dos agentes. Até agora, três estados brasileiros adotaram as câmeras corporais: Rondônia, Santa Catarina e São Paulo e as experiências demonstram uma efetividade da tecnologia na redução da violência policial.
"Percebemos que em ocorrências potencialmente violentas, como uma incursão em favela, a existência da câmera muda muito pouco. A ferramenta afeta aquelas sem potencial ofensivo, como um furto ou acidente de trânsito, mas que no seu decorrer podem virar muito violentas", afirmou ao O Globo, Pedro Souza, que conduziu estudos e é professor do departamento de Economia da Universidade Queen Mary.
A Universidade de Warwick, no Reino Unido analisou o período de implementação do programa catarinense. Durante três meses de testes, em 2018, pesquisadores analisaram 9.259 despachos atendidos por cinco delegacias, comparando as ocorrências com e sem o uso do equipamento.
O resultado foi uma queda de 56% no disparo de armas não letais e letais, de 12% na utilização de algemas e de 48% nas acusações de desacato.
Já o estado de São Paulo conta atualmente com 5.664 câmeras ativas, que já produziram mais de 6 milhões de vídeos.
Especialistas ressaltam, entretanto, que só o uso da ferramenta é insuficiente para obter resultados positivos. "Uma câmera sozinha não resolve nenhum problema. Ela precisa ser implementada com critério e cautela, com treinamento e definição de protocolo", falou ao O Globo, Melina Risso, diretora de pesquisa do Instituto Igarapé.
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