BRASIL
Caso hidrolipoo: médico já tinha sido denunciado por 22 mulheres
Apesar das denúncias, o registro de Josias permanece ativo no Cremesp
Por Redação
O médico Josias Caetano dos Santos, que realizou uma hidrolipo na jovem Paloma Lopes, 31 anos, paciente que morreu durante a intervenção, responde a pelo menos 22 processos por negligência médica na Justiça de São Paulo.
Segundo o advogado José Beraldo, que representa as vítimas, há casos de mulheres mutiladas e com cicatrizes enormes após a realização de procedimentos com o médico.
"Foram procurar beleza através de uma cirurgia estética para se tornarem mais belas e encontraram o horror, foram em busca de um sonho e encontraram um pesadelo", afirmou ao Terra.
Apesar das denúncias, o registro de Josias permanece ativo no Conselho Regional de Medicina (Cremesp). Segundo o Terra, os processos contra ele estão em andamento em diversas comarcas em São Paulo e região metropolitana. A maior parte das ações teve início entre 2022 e 2023.
As pacientes que o processaram por danos morais, com representação de Beraldo, estão atualmente com seus processos em fase de perícia médica, conforme determinação da Justiça. Elas deverão passar pelos exames no Instituto de Medicina Social e de Criminologia de São Paulo (IMESC) para comprovar os danos resultantes dos procedimentos realizados.
Entre as pacientes que denunciaram o médico, está uma mulher que relatou ter se submetido a uma mamoplastia redutora realizada pelo cirurgão em 7 de fevereiro de 2019. Quatro dias após o procedimento, ao retirar os curativos, ela constatou necrose na aréola esquerda, o que exigiu novos procedimentos e a posterior enxertia de aréola e mamilo.
De acordo com a paciente, os procedimentos realizados no consultório, em fevereiro e março de 2019, ocorreram sem os devidos cuidados, seguidos de uma revisão cirúrgica em abril do mesmo ano, sem sucesso, o que resultou na perda total do mamilo esquerdo.
“Ele prometeu beleza, mas entregou deformidade. Minhas clientes têm vergonha do próprio corpo hoje. Os danos causados são irreparáveis”, disse o advogado José Beraldo.
O cirurgião também já havia sido denunciado pela morte de outra paciente, de 39 anos, após ela passar por uma cirurgia de inclusão de prótese mamária em abril de 2021. Dias depois, ela passou mal, foi internada e faleceu em 3 de maio daquele ano.
Sobre esse caso, a Secretaria de Segurança Pública informou que os fatos foram investigados pelo 91º Distrito Policial (Ceagesp). Após esgotadas as diligências, o inquérito policial foi relatado e encaminhado à Justiça, com o indiciamento do médico citado em janeiro de 2023.
Na mesma ocasião, foi expedido um ofício ao Cremesp, solicitando a apuração dos fatos também junto ao órgão. Posteriormente, o caso foi arquivado pela Justiça Pública.
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