EXPEDIÇÃO JALAPÃO
De cachoeiras a fervedouros: águas cristalinas predominam no Jalapão
Fervedouro do Ceiça, do Soninho e a Cachoeira do Formiga foram os destinos visitados no terceiro dia de viagem
Por Isabela Cardoso, de Tocantins*
Águas cristalinas, tons verdes e azuis, temperaturas naturais e diversidade de bananeiras. O conjunto desses elementos formam paisagens paradisíacas, quase que mágicas, dentro da capacidade de compreensão humana. Exemplos dessa combinação, o Fervedouro do Ceiça, o Fervedouro do Soninho e a Cachoeira do Formiga foram os destinos visitados no terceiro dia de Expedição Jalapão.
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Acordamos cedo para percorrer 3h de estrada até chegar na região do município de Mateiros, onde as três atrações ficam localizadas. Os fervedouros são locais famosos na região do Jalapão, com mais de 60 nascentes catalogadas, mas apenas 16 estão abertas para visitação.
“Os fervedouros são uma nascente de rio subterrâneo e não leva esse nome devido a água ser quente, é devido ao fenômeno chamado ressurgência, que é a borbulha que ele faz. Por não ter espaço da vazão de água no lençol freático, que a gente fala que é o rio subterrâneo, qualquer fissura que tem na rocha, ele vem com uma enorme pressão. Em contato com a areia, levanta várias partículas que te sustenta e, mesmo que você queira, você não vai conseguir afundar”, explicou Ronan Pereira, guia turístico da Korubo.
Ainda segundo Ronan, os fervedouros sempre deságuam perto de um rio e podem ter de 30 a 130 metros de profundidade. Ele ressalta também que a coloração da água depende da vegetação em volta da nascente.
O primeiro a ser visitado foi o Fervedouro do Ceiça, com fácil acesso, custo de R$ 20 por pessoa e uma capacidade de seis pessoas por vez dentro do poço. Com cerca de 35 metros de profundidade, ele foi o primeiro a ser descoberto no Jalapão e é o mais visitado na região. A nascente proporciona um cenário idêntico a um oásis, com uma água cristalina e bananeiras em toda a sua volta.
A trilha tem uma vegetação predominante de “buriti”, uma espécie de palmeira encontrada em diversas áreas do Jalapão. O fruto e a folha são usados culturalmente de várias formas, como explica Ronan.
“O buriti do cerrado é bem importante para gente, a palha a gente usa para cobertura de casa. A haste que segura a palha dá para fazer artesanato e, do fruto, a gente retira o óleo também. Ele é cicatrizante e também usávamos como soro antiofídico. Se a cobra pegasse, tomava o óleo de buriti, que ia expulsar o veneno pelo buraco da picada. Da palha do buriti, você retira a seda, que é costurada para o Capim Dourado”, relatou Ronan.
Em seguida, partimos para o Fervedouro do Soninho, afluente do Rio Soninho, que tem 70 metros de profundidade e uma capacidade para 34 pessoas. Ele é exclusivo da Korubo Safari e é visitado somente por turistas que estejam hospedados no camping. Por não ter a presença de outros viajantes, aproveitamos despreocupadamente umas boas horas no poço, até o horário de almoço, preparado na base do local.
Pela tarde, fomos conhecer a Cachoeira do Formiga, afluente do Rio Formiga, uma das atrações mais requisitadas do Jalapão. O local tem grandes estruturas, como o Bar da Zéfa, que oferece bebidas e refeições para os turistas que ali visitam. O atrativo é de fácil acesso, com custo de R$ 20 por pessoa e R$ 30 a diária para quem resolve acampar.
A cachoeira formava um quadro vivo de tirar o fôlego, com águas transparece de cor verde-esmeralda, cercada de vegetação, além de uma areia calcária ao fundo. A queda d’água tem pouco menos de 2 metros e uma forte pressão, o que dificulta um pouco para quem nada até chegar nela.
“A cachoeira, na verdade, é uma cascata de um metro e meio, com um poço de até 2,20 metros de profundidade. A água é cristalina por causa da grande quantidade de calcário no fundo dela”, descreveu Ronan.
O terceiro dia foi dedicado totalmente para banhos e, por esse motiv, os guias orientaram que não usássemos nenhum tipo de protetor solar ou repelente para não agredir o ambiente.
“Nos fevedouros, só de estarmos entrando na nascente, a gente já está agredindo. A gente evita produtos químicos para não poluir, os protetores e os repelentes que são os mais tóxicos. Não tem jeito de não entrar com uma química como creme de pele, desodorante, mas é bom tomarmos cuidado, pelo menos com protetor e repelente que a natureza agradece muito”, completa Ronan.
Depois de um longo dia de estrada e maravilhas encontradas, voltamos ao camping para jantar e descansar mais cedo. A manhã seguinte começava por volta das 4h30 com destino a um desafio diferente no Jalapão.
Confira o vídeo do terceiro dia de expedição:
*Repórter viajou a convite da GOL e Smiles Viagens
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