DIVIDENDOS
Em meio à crise, sócio da Americanas recebeu lucro da Light
Concessionária entrou com medida cautelar para obter suspensão temporária do pagamento de parte das dívidas
Por Da Redação

Empresa concessionária responsável pela energia de 31 cidades do Estado do Rio de Janeiro, a Light, distribuiu R$ 94 milhões em dividendos aos acionistas meses antes de pedir a interrupção do pagamento das dívidas, com a justificativa de problemas financeiros. O levantamento foi feito pela TradeMap a pedido do jornal Folha de S.Paulo.
Beto Sicupira, um dos acionistas de referência da Americanas, é ainda o segundo maior sócio individual da Light. Sicupira detém cerca de 10% das ações da Light, sendo um dos mais beneficiados pela distribuição de dividendos, que são os recursos oriundos do lucro de uma empresa. A distribuição de dividendos geralmente ocorre quando a empresa está com posição de caixa favorável e dívidas sob controle, o que não aparenta ser o caso da Light.
No último dia 11 de abril, a Light entrou com medida cautelar na Justiça para obter a suspensão temporária do pagamento de parte das dívidas. A empresa solicitou ainda a instauração de procedimento de mediação coletiva com os credores.
A Justiça do Rio de Janeiro acatou o pedido e determinou a suspensão por 30 dias, prorrogáveis por mais 30, do pagamento das dívidas.
O juiz da terceira Vara Empresarial da Comarca da Capital, Luiz Alberto Carvalho Alves, escreveu na decisão, que “tendo em conta que o serviço prestado é imprescindível, tratando-se de delegação pelo poder público concedente, o perigo de dano iminente reflete tanto neste como nas sociedades autoras, seus credores e, principalmente, na população fluminense usuária dos serviços de energia elétrica”.
Com mais de R$ 11 bilhões em dívidas, sendo R$ 7 bilhões em debêntures e R$ 3,1 bilhões em títulos emitidos no exterior, a Light busca fugir dos pedidos de execução antecipada de débitos pelos credores.
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