APONTA RELATÓRIO
Mundo só vai alcançar igualdade de gênero em 123 anos, diz estudo
Brasil atingiu apenas 72% de paridade geral entre homens e mulheres
Por Isabela Cardoso

O Brasil atingiu apenas 72% de paridade geral entre homens e mulheres, ocupando a 72ª posição no ranking global, segundo o Global Gender Gap Report 2025, elaborado pelo Fórum Econômico Mundial (WEF). Esse número demonstra uma queda de duas colocações em relação a 2024.
No mundo, 68,8% da lacuna de gênero já foi fechada, um avanço tímido de 0,3 ponto percentual em relação a 2024. No ritmo atual, a igualdade plena só será alcançada daqui a 123 anos. A Islândia lidera pelo 16º ano consecutivo, com 92,6% de paridade.
No Brasil, o único pilar em que a igualdade já foi atingida é o da educação, que chegou a 100% de paridade, superando os 99,6% do ano passado. No entanto, nos demais indicadores, o cenário é de estagnação ou retrocesso:
- em saúde e sobrevivência, o país caiu de 98% para 97,7%, despencando da 1ª para a 28ª posição;
- em participação econômica, recuou de 66,7% para 66,2%, caindo do 88º para o 96º lugar;
- a presença feminina em cargos de liderança sênior caiu de 66,1% para 65%;
- a equidade salarial está em apenas 53,4%, colocando o país na 118ª posição;
- a participação das mulheres na força de trabalho se manteve em 72,6%, ainda 4,5 pontos abaixo do recorde de 77,2% registrado em 2021;
- na política, o Brasil melhorou de 74º para 70º lugar e seu índice subiu de 22% para 24%, ainda está abaixo dos 26,3% de 2023.
Top 10 países no ranking de igualdade de gênero
Pelo 16º ano consecutivo, a Islândia ocupa a primeira posição no ranking global, permanecendo como a única nação a superar a marca de 90% de paridade, com índice de 92,6%. Entre os dez primeiros colocados, todos alcançaram mais de 80% de fechamento da lacuna de gênero.
- Islândia - 92,6%
- Finlândia - 87,9%
- Noruega - 86,3%
- Reino Unido - 83,8%
- Nova Zelândia - 82,7%
- Suécia - 81,7%
- República da Moldávia - 81,3%
- Namíbia - 81,1%
- Alemanha - 80,3%
- Irlanda - 80,1%
No comparativo com o ano anterior, Espanha (12ª colocada, 79,7%) e Nicarágua (18ª, 78,3%) deixaram a lista, enquanto Reino Unido e Moldávia avançaram 10 e 6 posições, respectivamente, para integrar o grupo.
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A América Latina e o Caribe apresentaram o maior progresso desde o início da série histórica, em 2006, com crescimento de 8,6 pontos percentuais e índice atual de 74,5% de paridade.
Na dimensão econômica, a região alcançou 65,6%, impulsionada pela ampliação da participação feminina no mercado de trabalho e em cargos qualificados. Também registrou a segunda melhor pontuação mundial em empoderamento político, com 35,0%.
O Índice Global de Disparidade de Gênero, medido desde 2006, avalia quatro áreas principais: participação econômica, representação política, acesso à educação e saúde. A pontuação, que vai de 0 a 100, indica o percentual da desigualdade de gênero já superada.
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