POLUIÇÃO
Manchas de óleo em praias no Nordeste completam 5 anos sem punidos
Caso continua sendo investigado por autoridades sem que ninguém tenha sido formalmente acusado
Por Da Redação

Os responsáveis pelas manchas de óleo que poluíram as praias do Nordeste em 2019 ainda não foram punidos. Cinco anos depois do ocorrido, o caso continua sendo investigado por autoridades sem que ninguém tenha sido formalmente acusado pelo maior crime ambiental em extensão da história do país.
"Acionamos a PF por perceber que não se tratava de algo pontual. Era algo que se demonstrava, desde os primeiros dias, como algo muito maior do que o acontecia nos últimos tempos", lembra Marcelo Neiva, coordenador de Atendimento a Emergências Ambientais do Ibama, em audiência pública na última terça-feira, dia 10.
Leia mais
>> Reunião define ações para combater ressurgimento de manchas de óleo
>> Vídeo: machas de óleo aparecem no mar do Terminal Náutico de Salvador
De acordo com reportagem do Uol, a Polícia Federal (PF) concluiu o inquérito do caso em dezembro de 2021 e o enviou ao Ministério Público Federal (MPF) do Rio Grande do Norte, onde as investigações ficaram concentradas.
O navio petroleiro grego Bouboulina foi apontado como responsável pelo derramamento após a investigação. A empresa dona da embarcação, e seus responsáveis foram indiciados por crimes de poluição, descumprimento de obrigação ambiental e dano a unidades de conservação.
À época, a PF também estimou que o incidente para limpeza de praias e oceano pelo poder público nas três esferas custou R$ 188 milhões —valor que deveria ser reparado pelo poluidor.
A proprietária do navio, porém, nega o derramamento. O Bouboulina relatou que não teve problemas onde atracou após deixar o porto José, na Venezuela, em 19 de julho de 2019. Ele zarpou com um milhão de barris de petróleo e, em 3 de setembro, entregou toda a carga, sem nenhuma perda, no porto de Melaka, na Malásia.
Na chegada, o navio foi inspecionado pela norueguesa Equinor, uma das petroleiras mais respeitadas do setor. O relatório de 32 páginas não apontou falhas na embarcação.
Dois anos e meio após receber o inquérito, o MPF não denunciou ninguém. As investigações estão em andamento, agora no âmbito da Procuradoria. No entanto, a apuração está parada "aguardando dados de uma cooperação internacional."
Por ser um caso de segredo de Justiça, nenhum investigador dá entrevistas, nem repassa detalhes sobre a apuração.
Compartilhe essa notícia com seus amigos
Cidadão Repórter
Contribua para o portal com vídeos, áudios e textos sobre o que está acontecendo em seu bairro
Siga nossas redes