DIA CONTRA A HOMOFOBIA
"Nós nunca recuamos", diz 1ª secretaria de direitos LGBTQIA+ do país
Dia Internacional contra a homofobia é celebrado nesta sexta-feira, 17
Pela primeira vez na história, o Ministério dos Direitos Humanos e Cidadania (MDH) tem uma secretaria dedicada às pessoas LGBTQIAPN+ e com uma mulher travesti ocupando o cargo de gestora pública.
A secretária Nacional dos Direitos da População LGBTQIA+ é liderada pela gestora pública Symmy Larrat. No Dia Internacional contra a homofobia, celebrado nesta sexta -feira, 17, Symmy detalhou as ações que tem desempenhado para tentar mudar a triste realidade brasileira. O país é um dos que mais matam pessoas LGBTQIAPN+ no mundo.
Em 2023, foram registradas 230 mortes pessoas LGBTQIA no Brasil, segundo o Observatório de Mortes e Violências contra LBGTI+ no Brasil. Segundo o documento, o país assassina uma pessoa LGBT a cada 38 horas. Em 2024, entre janeiro e abril já foram registradas 61 mortes.
Segundo Symmy para mudar esse quadro é necessário investir em políticas públicas e na transformação da sociedade. “Existem políticas que servem de reparação para essas violências. Enquanto governo precisamos promover políticas, mas enquanto sociedade precisamos vencer esse discurso de ódio”, destaca. A secretaria prepara uma série de entregas até junho.
Um dos programas do MDH é o Acolher+. A parceria com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) vai repassar um total de R$ 1,4 milhão para 12 casas de acolhimento para população LGBTQIA+ em situação de vulnerabilidade. O anúncio foi feito nesta quarta-feira (15/5) na abertura do primeiro Encontro Nacional de Casas de Acolhimento LGBTQIA+.
Outra ação é um programa de empregabilidade. A ação vai ser lançada em breve, mas Symmy já adiantou que o diálogo com as empresas está em estágio avançado. “Trabalho digno é um programa que vamos lançar no fim do mês. Vai dialogar com as empresas, já tem mais de 30 empresas que temos alguma relação, para vagas de emprego e capacitação”, ressalta.
“Elas estão acordadas para enfrentar essas violências”, afirma, destacando que mesmo durante o tempo em que Bolsonaro esteve no poder, ao que ela se refere como “período que o ódio ocupou o poder” houve avanços para a comunidade no âmbito do Judiciário, como a criminalização da homofobia e da transfobia, em 2019, e o reconhecimento de que homens bissexuais e homossexuais podem doar sangue a terceiros no Brasil, em 2020.
“Nos nunca ficamos parados, nós nunca recuamos, a gente só vai para a frente. O monstro do ódio despertou, há um avanço do conservadorismo, mas a gente não recua, a gente cresce”, reforça.
Entrevista foi concedida ao Correio Braziliense
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