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MOVIMENTAÇÃO MILIONÁRIA

PCC pagava R$ 800 mil para piloto transportar cocaína; saiba detalhes

PF interceptou conversas que revelaram detalhes sobre transporte aéreo da cocaína traficada pela facção

Por Redação

22/03/2025 - 8:19 h
Polícia interceptou conversas que revelaram detalhes sobre transporte aéreo da droga
Polícia interceptou conversas que revelaram detalhes sobre transporte aéreo da droga -

Conversas interceptadas pela Polícia Federal (PF) entre Willian Barile Agati, o Senna — chamado pela polícia de ‘concierge’ do Primeiro Comando da Capital (PCC) —, e dois comparsas, identificados como Don Corleone e Pato Donald, revelou detalhes sobre transporte aéreo da cocaína traficada pelo grupo.

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Os diálogos, segundo o Metrópoles, ilustram as quantias milionárias movimentadas pela facção para transportar a droga, que em solo europeu pode render lucros dez vezes acima do valor praticado em território brasileiro.

Somente os dois pilotos do jatinho particular, pertencente a Senna, receberam, cada um, R$ 800 mil para levar a cerca de uma tonelada de cocaína até a Bélgica, de onde a carga seguiria, por via terrestre, até a Inglaterra, em novembro de 2020.

Como consta em relatório policial, o poder econômico do PCC possibilita, inclusive, o pagamento de propina no aeroporto da capital belga. A corrupção dos funcionários, era viabilizada pelo criminoso identificado nas trocas de mensagem como Pato Donald.

Vale lembrar que Senna está preso desde janeiro e, em março, foi transferido para a mesma penitenciária de segurança máxima, em Brasília, onde cumpre pena, desde 2023, Marco Willians Herbas Camacho, o Marcola, apontado como líder máximo do PCC.

Saindo do Brasil

A PF identificou Werner Pereira da Rocha, administrador do aeroporto de Boa Vista, em Roraima, como o responsável por ajudar a célula de Senna e encaminhar cargas de cocaína, por via aérea, para a Europa. O cliente dos criminosos, como consta em relatório policial, seria londrino.

Na aeronave de Senna foram introduzidas malas com cocaína e onde, em algumas viagens, eram instalados fundos falsos para ocultar a droga. Ainda de acordo com a PF, o administrador do aeroporto de Roraima recebia R$ 250 mil por viagem viabilizada.

Além disso, ele fazia a ponte para que um suposto agente da Receita Federal contribuísse com uma “vista grossa” na fiscalização das bagagens levadas na aeronave. Foi descoberto também que comparsas do grupo criminoso se passavam por passageiros, simulando integrar um grupo de turistas que teriam fretado a aeronave para viajar até o continente europeu.

No relatório da PF é indicado o pagamento de mais de meio milhão de reais, por cada liberação de voo, saído de Roraima, feita pelo suposto agente corrupto da Receita Federal.

Simulação

Para ter certeza que tudo sairia como combinado, alguns meses antes de partir para a Bélgica, os criminosos simularam viagens, usando o espaço aéreo entre Sorocaba e Bragança Paulista, ambas no interior de São Paulo.

No lugar de tijolos de cocaína, usaram toras de madeira, no formato das cargas da droga a serem levadas. Os itens foram colocados em “mocós”, como os criminosos chamam fundos falsos, feitos exclusivamente para as viagens com os carregamentos ilegais.

Laranjas na aviação

Além de contar com frota aérea própria, o PCC também transporta cocaína usando laranjas no ramo da aviação, conforme a PF. As rotas mais utilizadas nos deslocamentos aéreos, com aviões cheios de pasta base de cocaína, são entre a Bolívia e o Paraguai, para, em seguida, chegar ao Brasil.

Os aviões costumam pousar em pistas clandestinas, feitas em áreas rurais. Há casos em que a droga é arremessada em pleno voo, para ser recolhida em pontos predeterminados.

Na mão do PCC, já em solo brasileiro, a cocaína é refinada e revendida para o tráfico local, aponta a investigação. Após ser misturada com outros produtos, um quilo de pasta base pode render mais de cinco de cocaína em pó.

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Tags:

Cocaína crime facção investigação PCC PF pilotos polícia federal Primeiro Comando da Capital Senna transporte aéreo

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