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‘Se eu morrer, a Cracolândia vai desaparecer?’, diz padre Júlio

Religioso se defendeu após pedido de CPI em São Paulo

Por Da Redação

04/01/2024 - 11:17 h
Imagem ilustrativa da imagem ‘Se eu morrer, a Cracolândia vai desaparecer?’, diz padre Júlio
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Após ser alvo de um pedido de CPI na Câmara Municipal de São Paulo, o padre Júlio Lancelotti se defendeu dos ataques. Vereadores de direita querem investigar Organizações Não Governamentais (ONGs) que trabalham com pessoas em situação de rua, com o religioso como principal investigado.

“A gente tem que entender o problema na complexidade que ele tem. Quando dizem que a Cracolândia existe por causa de mim, eu sempre penso: ‘se eu morrer hoje ou amanhã, a Cracolândia vai desaparecer?’. Se eu sou a causa, é tão fácil de resolver. É só eu morrer que acabou a Cracolândia. Não tem mais...”, declarou em entrevista à GloboNews.

“A lógica é de quem está do lado dos indesejados, vai ser indesejado. Acho que criminalizar algumas pessoas sempre é uma forma de não enfrentar o problema do tamanho que ele é. A gente criminaliza, ofende e trata de uma forma negativa a pessoa, a gente tira o foco da questão. A questão que nós temos que enfrentar é como lidar com a dependência química, com as cenas de uso, com essa questão que é tão grave no Centro de São Paulo e de outras cidades”, completou.

A abertura da CPI foi pedida pelo vereador Rubinho Nunes (União), um dos fundadores do Movimento Brasil Livre (MBL), e contou com as 24 assinaturas necessárias dos vereadores.

A expectativa é de que a investigação deverá ganhar contornos eleitorais, tendo em vista que Lancellotti é próximo de Guilherme Boulos (Psol), um dos pré-candidatos a prefeito de São Paulo.

“Aumentou com todas as ações que o Poder Público faz na Segurança Pública na questão da chamada Cracolândia. Nada diminui. Só aumenta. Então, essa criminalização é uma forma de perder o foco. E ela se tornou aguda porque nós não conseguimos enfrentar o problema do tamanho que ele é. Nós ficamos no efeito e não vamos para as causas. Qual é a causa de tudo isso? Por que existe tudo isso?”, declarou o padre.

“A gente quer combater as pessoas que são dependentes químicas e não combate o tráfico. Ali tem que ver onde está o tráfico, como ele funciona, quais são as fontes de manutenção. Há dados aterradores. A gente não sabe de onde vieram. Mas os próprios vereadores colocam que a chamada Cracolândia movimenta R$ 10 milhões. Pra onde vai isso?”, acrescentou.

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Tags:

cpi cracolândia ONGs Padre Julio Lancelotti Vereadores de Direita

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