Voa Brasil gera expectativas, mas governo não revela detalhes

Previsto para começar a operar em abril, segundo declaração do ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, na última quarta-feira, 3, o programa Voa Brasil gera grandes expectativas. A iniciativa viabilizará passagens aéreas mais baratas, em uma primeira etapa, para aposentados do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) e estudantes do Programa Universidade Para Todos (Prouni).

Pessoas que compõem um dos dois grupos poderão comprar passagens de R$ 200. No entanto, a pasta comandada por Silvio Costa Filho não deu maiores detalhes até o momento, como se há limite de emissão de passagem por beneficiário em um determinado período, se viagens com escala serão mais caras do que voos diretos e quais serão os trajetos que custarão R$ 200.

Além de buscar contato com o Ministério de Portos e Aeroportos, que não respondeu as solicitações, o Portal A TARDE fez contato com três das principais companhias aéreas do Brasil e com pessoas que fazem parte de grupos que serão beneficiados pelo programa.

Desejo de viajar

Estudante do design de moda da Unifacs pelo Prouni, Suelen Santos, de 24 anos de idade, sonha com a possibilidade de viajar de avião pela primeira vez. “Eu nunca tive condição de viajar justamente pelo custo das passagens, mas quero muito conhecer outros estados”, diz a jovem.

“Em Santa Catarina tem um instituto de moda com vários cursos dentro da área. Já São Paulo, que é uma metrópole do nosso país, conta com muitas oportunidades de outros cursos e workshops. Infelizmente em Salvador tem pouco”, conta.

Outra pessoa que pode se beneficiar com o programa Voa Brasil é a aposentada pelo INSS, Diana Tourinho. Sem viajar de avião desde que a pandemia de covid-19 começou, em março de 2020, Diana não vê a hora de o programa começar a operar para viajar com o companheiro.

“Viagem com esse preço, eu acho excelente. É uma oportunidade maior de a gente sair e conhecer outros lugares”, diz Diana.

Apesar de desejar conhecer novos lugares, Diana tem um destino favorito. “Lisboa é o lugar que a gente mais vai. Passeamos por Portugal e de lá a gente pega rumo para outros lugares”, conta.

Companhias aéreas mantêm discrição

Latam, Azul e Gol foram procuradas pela reportagem do Portal A TARDE, mas preferiram se posicionar apenas através de nota.

A Gol afirmou que participou no último ano, com o Ministério de Portos e Aeroportos e a Secretaria de Aviação Civil, do grupo de trabalho voltado para a viabilização desse projeto. “A Companhia reforça que apoia toda iniciativa que vise ampliar o acesso ao transporte aéreo no Brasil”, afirmou a Gol.

Por outro lado, a Azul diz estar participando do grupo de trabalho do Ministério de Portos e Aeroportos e “colaborando com o desenvolvimento do projeto”.

A LATAM, por sua vez, disse ter “compromisso com a democratização do transporte aéreo” e confirmou participação nas discussões do programa Voa Brasil para a viabilidade de sua implementação. “Qualquer novidade sobre a participação da empresa no programa será divulgada em seus canais oficiais”, pontuou a Latam.