PROTEÇÃO DE DADOS
App minimiza perda do celular, mas governo reconhece ressalvas
Este será o primeiro Carnaval em que o aplicativo Celular Seguro estará em funcionamento
Por Lucas Franco
Mesmo com as doleiras, os foliões em todo o Brasil estão sujeitos a sofrer furto e roubo, principalmente de celular. Para evitar maiores prejuízos no Carnaval, como a utilização de dados bancários pelo ladrão, o Governo Federal lançou o aplicativo "Celular Seguro", que centraliza diversas ações para que o usuário consiga bloquear o aparelho e preste denúncia de furto e roubo com agilidade, desde que tenha feito o cadastro antes e faça o login em outro aparelho.
>>Celular Seguro: conheça app do governo que bloqueia aparelhos roubados
"Não há bala de prata, não tem como resolver tudo de uma vez só. Mas o aplicativo facilita a comunicação do roubo e do furto do celular, encarecendo dessa forma o crime e desestimulando esses tipos de ocorrência", disse ao Portal A TARDE o subsecretário de Tecnologia da Informação do Ministério da Justiça e Segurança Pública, Ney Barros.
Para o representante do Governo Federal, a popularização do aplicativo poderá fazer furtos e roubos de celulares deixarem de existir no futuro, ao menos no Brasil. "Se o celular estiver travado, quem furtar não vai conseguir passar ele para frente. Isso vai desestimular [os ladrões], pois não fará mais sentido roubar uma coisa que não poderá ser usada", alega.
"Nós temos recebido muitos elogios, mas principalmente com duas ressalvas. Sobre o uso das peças do celular roubado e exportação dos aparelhos furtados", continua.
Sobre o primeiro tema, Ney Barros disse que o enfraquecimento do comércio ilegal de celulares fará com que a venda de peças se enfraqueça com o tempo. Já sobre o segundo tema, o subsecretário do ministério diz enxergar que o preço para mandar aparelhos para fora seria alto demais para viabilizar a operação criminosa.
Muitos brasileiros, no entanto, mostram desconfiança pelo fato de que precisarão passar dados pessoais para fazer a inscrição no Celular Seguro. A utilização do aplicativo requer conta na plataforma digital Gov.br.
Especialista na Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD) e sócia da Orbys Digital, Larissa Pimenta explica a forma como os dados são geridos pelo Poder Público. "Dentro do processo do surgimento da Autoridade Nacional de Proteção de Dados [ANPD], se viu a necessidade de esta se desvincular do governo, porque é incompatível que uma entidade fiscalizadora fique em alguma posição hierárquica com esse controle [de dados]", disse ao Portal A TARDE.
"Além de fiscalizar empresas privadas, a Autoridade Nacional de Proteção de Dados fiscaliza também os entes públicos governamentais. Na verdade, essa lei atinge a todos os tipos de empresa que fazem a coleta de dados, independentemente da gestão de faturamento e de ter fins lucrativos ou não", completa.
Larissa disse ainda que os usuários podem requerer que seus dados sejam excluídos de uma empresa ou órgão público.
Compartilhe essa notícia com seus amigos
Cidadão Repórter
Contribua para o portal com vídeos, áudios e textos sobre o que está acontecendo em seu bairro
Siga nossas redes